• Quatro healthtechs sobre as quais você vai ouvir falar muito em 2021

    Guilherme Berardo (à esq.) e Vitor Asseituno, fundadores da Sami: diversos empreendimentos ganharam força e investimentos vultosos nos últimos anos – especialmente em 2020. Conheça aqui as histórias de inovação e os modelos de negócios de alguns que estão surfando muito bem esta onda
    Jose Renato Junior | 30 dez 2020

    Neste 2020 da pandemia, os olhos do mundo voltaram-se para a saúde. E acabaram resvalando nas healthtechs. Ágeis, com grande potencial e inovadoras, as empresas receberam um grande volume de investimento – montante 68% maior do que em 2019.

    O setor foi, portanto, líder na quantidade de aportes, que somaram mais  de US$ 100 milhões. O número de healthtechs no Brasil já é de 542, um salto de 118% em relação a apenas dois anos atrás, segundo o report Healthetch 2020 da Distrito.

    Nesses pouco mais de dois meses de Future Health, já apresentamos várias healthtechs promissoras. Relembre um pouco quatro delas, sobre as quais você certamente vai ouvir falar muito em 2021.  

    SAMI

    Fundada em 2018 por Vitor Asseituno e Guilherme Berardo, a Sami chegou ao mercado prometendo revolucionar o segmento de planos de saúde. A ideia da empresa é acompanhar de perto os clientes, da contratação de um serviço à alta no hospital. 

    Isso é feito por meio do que a startup chama de “time de saúde”, formado por médico(a), enfermeiro(a) e três coordenadores. O grupo é montado no momento em que a pessoa adere ao plano – e acompanha o histórico do membro. 

    Em vez de o usuário buscar um médico em uma longa e árida lista de profissionais, o próprio grupo o auxilia após uma consulta digital com o seu “doutor do time”.

    A Sami anunciou um aporte de R$ 86 milhões em outubro e tem uma equipe de peso como investidora, do qual destacam-se Paulo Veras, fundador da 99, Sérgio Ricardo dos Santos, ex-CEO da Amil, e Alan Warren, ex-vice-presidente do Google.

    CONEXA

    Fundada em 2017 pelo empreendedor Fernando Domingues, a Conexa é hoje a maior plataforma independente de telemedicina do país. De olho nas redes de clínicas de baixo custo, ela nasceu como uma de atenção primária. Mas Fernando procurava alta resolutividade – o que acreditava que essas redes não traziam.

    Um ano depois de aberta, a Conexa adotou a telemedicina e pivotou para o modelo atual. Sob o comando do médico Guilherme Weigert, a healthtech recebeu este ano um invesimento de US$ 7,5 milhões do fundo General Atlantic, da e.Bricks Ventures e da família Fraga.

    Com a pandemia, as barreiras em relação à telemedicina foram quebradas e ela acabou sendo amplamente adotada – o que fez com que a solução já madura da Conexa decolasse. Antes da crise sanitária, a média de atendimentos era de 50 por dia. Agora, é de 15 mil. Os clientes saltaram de 150 mil para 4,5 milhões.

    E os atendimentos têm em média NPS (ou Net Promoter Score, uma métrica da satisfação e lealdade do cliente) de 90. “Nos pronto-socorros, ele gira em torno de 30 a 50”, diz Guilherme. 

    CAREFY

    Empresa de gestão e monitoramento de internações, a Carefy oferece apoio para a tomada de decisão das operadoras de planos de saúde. Sua solução possibilita redução de custos nas internações e no tempo médio de permanência dos pacientes nos hospitais, além de melhoria na assistência para as operadoras.

    Em três anos, monitorou mais de 210 mil internações em mais de 620 hospitais. Foi premiada em primeiro lugar no Healthcare Innovation Show de 2017 e em segundo lugar no ranking Top 10 Healthcare da 100 Open Startups 2019. Ainda assim, Marcelo Alexandre Santos, CEO e cofundador da startup, é modesto ao defini-la: “Somos uma empresa de tecnologia”.

    A startup soluciona um problema de gestão de pacientes internados com integração via TI com o sistema, inteligência artificial, protocolos desenhados dentro da solução para gerar alertas em tempo real e aplicativo móvel que funciona em qualquer sistema operacional e que é utilizado por profissionais de saúde no monitoramento externo.

    PIPO

    Adquirir um bom plano de saúde não é uma tarefa muito simples para uma empresa. É preciso escolher a operadora mais adequada, monitorar sua utilização e tentar evitar reajustes muito altos. Há um ano e meio, a Pipo Saúde auxilia companhias nessa tarefa. 

    Em 2020 a empresa recebeu um aporte de US$ 4,6 milhões e atraiu como investidor-anjo gente como o CEO do Nubank, David Vélez. A rodada pública foi coliderada por dois fundos, a Kaszek e a Monashees, e teve participação da ONEVC e de David e outros anjos, como Maurício Barbosa, fundador da Bionexo.

    A Pipo atende empresas médias e grandes, que tenham de 100 a 700 funcionários. E ajuda na aquisição e gerenciamento de benefícios de saúde – entram aqui, além de planos de saúde, planos odontológicos, seguro de vida e a parte de saúde emocional.

    A pandemia fez a Pipo ter um grande crescimento em 2020. Em março, quando a Covid-19 acionou o alarme no Brasil, a startup possuía oito clientes. Em outubro, esse número já estava em 55. 

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