• “Transformação digital é muito mais que apenas tecnologia: é método, jeito de fazer, modelos de negócios diferentes.”

    Jose Renato Junior | 29 nov 2021

    A aplicação de diversas tecnologias e o uso de variadas ferramentas e soluções na saúde vem crescendo ano a ano. Um dos indicativos é o investimento em tecnologias de saúde, que chegou a US$ 52 milhões só entre janeiro e junho de 2020 aqui no Brasil. 

    Outro é a quantidade de healthtechs que operam no país. Em 2018, eram 248. Em 2020, o número chegou a 542. Em setembro deste ano, saltou para 945, de acordo com levantamentos feitos pelo Distrito. 

    “Quando comecei a trabalhar com saúde, me espantei com o [baixo] percentual que se investia em tecnologia”, disse Bernardo Sebastião, sócio da consultoria global Bain & Company, no evento Grupo Fleury Talks, no último dia 25. 

    O tema da roda de conversa era: “A transformação digital na saúde: impactos no setor e nos cuidados aos pacientes”.

    Hoje isso mudou, afirmou Bernardo. “[A transformação digital] Aproxima o paciente, permitindo os mais diferentes modos de acesso – como telemedicina –, mas outros também, empoderando o paciente sobre sua saúde, trazendo informação na palma da mão”, explicou.

    Bernardo apontou também o maior uso de dados para várias questões no setor: prevenção de doenças, prevenção de fraudes, autorizações de exames e procedimentos. 

    O evento, realizado em parceria com Future Health, contou com a participação de outros dois especialistas em saúde e em mercado: Hans Lenk, CEO do Saúde iD, healthtech criada dentro do Grupo Fleury, e Rodrigo Nasser, sócio da consultoria ITU Partners e da gestora de fundos Aster Capital.

    Ele pode se visto na íntegra aqui.

    “Quando falamos em transformação digital não podemos entender e olhar para isso somente como o movimento de aumento de startups”, falou Hans Lenk. “Tem a transformação digital acontecendo dentro das grandes organizações, das incumbentes. Elas estão um pouco mais no holofote porque essas startups surgem, vão disruptando o setor e fazem com que elas também tenham que se adaptar e adaptar o jeito como trabalham”, afirmou. 

    “Vemos muita aplicação de metodologias como scrum e agile para que eles possam se adaptar a uma nova realidade e à forma como os usuários querem consumir saúde.”

    Segundo Rodrigo Nasser, o setor de saúde tem diversas regulações. “Normalmente nesses setores é difícil ver inovação no modelo de negócios e mudança nesse modelo de negócios”, constatou. 

    Na pandemia, com os reguladores se vendo forçados a adotar medidas diferentes e a liberar determinados aspectos, as possibilidades são imensas.

    “É um momento de experimentação excelente para trazer informação, dado e teste”, disse ele.

    “A telemedicina é um exemplo. Vai ficar muito difícil pro regulador não aprovar alguma coisa mais abrangente de telemedicina do que a gente tinha anteriormente”, disse Rodrigo. 

    “Agora tem teste, dado, médico com NPS [pontuação de satisfação] alto, vidas sendo salvas com isso. O regulador agora de verdade viveu  esse processo de transformação em modelos de negócio e uso de tecnologia e tem também essas empresas incumbentes falando: ‘Olha, realmente tem um jeito diferente de fazer, talvez a gente possa tratar o usuário de uma maneira diferente’.”

    A pandemia, acredita ele, teve essa consequência. “Ela abriu o olho do regulador e dessas empresas e ajudou a entender de verdade que transformação digital é muito mais que simplesmente tecnologia: é método, jeito de fazer, modelos de negócios diferentes.”

    A roda de conversa, essencial para quem tem interesse no futuro da saúde no país, pode ser assistido na íntegra em nosso YouTube. Clique no vídeo abaixo agora mesmo!

    Confira Também: