• Retrospectiva 2021: cinco healthtechs sobre as quais você vai ouvir falar muito em 2022

    A equipe da SleepUp
    Jose Renato Junior | 30 dez 2021

    Nada é melhor para mostrarmos o que anda acontecendo com as healthtechs no país do que apresentar três números: 248, 545 e 981. Eles dizem respeito à quantidade de startups de saúde no Brasil em 2018, 2020 e outubro de 2021, respectivamente.

    Em quatro anos, o número de negócios na área praticamente se multiplicou por quatro, segundo dados do Distrito, que monitora essa base. 

    Ainda de acordo com eles, essas mesmas healthtechs receberam 260,7 milhões de dólares de investimento até outubro deste ano, número 52% maior do que o total investido em 2020 todo. Estamos falando de R$ 1,5 bilhão.

    Essas healthtechs oferecem as soluções mais diversas: de telemedicina a gestão, passando por medical device, AI e big data, wearables, relacionamento com paciente e marketplaces, entre várias outras.

    O movimento é global e imparável. No mundo todo, há 91 heathtechs unicórnios, com valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares – é o que informa o último relatório The State of Healthcare, do CB Insights.

    Nesses últimos 14 meses, Future Health contou a história de dezenas de healthtechs brasileiras. E agora, quando 2021 acaba, selecionamos cinco das mais promissoras, de cinco diferentes áreas.

    BRAIN4CARE
    Em 2005, o cientista brasileiro Sérgio Mascarenhas de Oliveira apresentou uma hidrocefalia de pressão normal. Patologia causada pelo acúmulo de líquido no interior do cérebro, ela provoca sintomas semelhantes ao mal de Parkinson.

    Para monitorar a doença, era preciso inserir cirurgicamente na cabeça um sensor de pressão intracraniana. O cientista, que teve, por isso, seu crânio perfurado, resolveu que precisava melhorar essa tecnologia.

    Foi da investigação de uma forma menos invasiva para se acompanhar a pressão intracraniana que nasceu a brain4care.

    O aparelho, cujo nome batiza a startup, é o primeiro capaz de permitir aos médicos interpretarem alterações de pressão e complacência intracraniana de modo não invasivo.

    O método, aprovado no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), conquistou em outubro o aval da FDA para comercializar sua solução completa no mercado dos Estados Unidos.

    Assim, a empresa de São Carlos, interior de São Paulo, que venceu agora em dezembro o Prêmio Dasa de Inovação Médica 2021 na categoria Healthtech, parte para conquistar uma fatia estimada em 1 bilhão de dólares no mercado americano. Leia mais aqui.

    ZIEL BIOSCIENCES
    O câncer de mama é um dos três tipos de maior incidência no mundo, junto com o de pulmão e o colorretal, de acordo com o último estudo da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc). O de ovário ocupa o quinto lugar em mortes entre as mulheres, segundo o mesmo estudo.

    Inconformada com esses números e com o fato de, em pleno século 21, o tratamento para câncer ainda ser feito de forma empírica, a PhD em biologia celular e molecular Caroline Brunetto dedicou seus estudos a encontrar uma solução.

    Após dez anos de pesquisas, desenvolveu um teste de laboratório capaz de detectar qual medicamento é realmente eficaz para cada tipo de tumor.

    Assim nasceu sua healthtech Ziel Biosciences. Focada na saúde da mulher, a startup oferece o rastreamento para câncer de mama e ovário, feito a partir de uma amostra do tumor.

    O material é repartido em diversos pequenos pedaços e dispostos em uma placa. Eles recebem, cada um, tipos diferentes de medicamentos utilizados para combater o câncer – e, assim, mostram quais fármacos funcionam para cada paciente. Leia mais aqui.

    SAÚDE ID
    Dentro do Grupo Fleury, uma startup foi criada há pouco mais de um ano com dois objetivos: encontrar um modelo que garanta a sustentabilidade do setor de saúde ao mesmo tempo em que oferece acesso aos excluídos desse mesmo sistema.

    Batizada de Saúde iD, ela é um marketplace de saúde que, operando por meio de assinaturas mensais de baixo custo, conecta o usuário a médicos, hospitais e clínicas, além de oferecer cirurgias e procedimentos.

    Mas a Saúde iD é também uma plataforma de gestão para empresas, operadoras e médicos.

    Seu foco está em melhorar a eficiência da gestão na jornada do paciente – as tecnologias de ciência de dados e inteligência artificial ajudam a cuidar da saúde dos beneficiários de forma otimizada.

    A ideia é que o paciente possa, de fato, ter uma visão única e integrada de sua saúde para, assim, tornar-se de verdade protagonista dela. Leia mais aqui.

    STARBEM
    Somente duas semanas após a pandemia de Covid-19 ser declarada mundialmente, o cardiologista hemodinamicista Leandro Rubio Faria, 36, e seu amigo publicitário Cristiano Kanashiro criaram uma plataforma sem fins lucrativos que conectava médicos voluntários a pessoas que estivessem com sintomas de Covid-19.

    Era a Missão Covid – que, hoje, reúne 1500 médicos que já atenderam 120 mil brasileiros.

    A plataforma também mostrou a Leandro e Cristiano várias lacunas no setor de saúde: falta de qualidade de atendimento médico, de infraestrutura e de profissionais especializados longe das capitais, por exemplo.

    A healthtech Starbem surgiu então para ser uma espécie de “versão 2” da Missão Covid e resolver esses e outros gaps que os empreendedores identificaram.

    A plataforma digital, que funciona por meio de um plano de assinaturas de baixo custo, oferece teleconsultas para mais de 20 especialidades diferentes.

    Recentemente, a Starbem incorporou uma tecnologia de leitura de imagem da pele que, por meio do smartphone da pessoa, é capaz de aferir a pressão arterial e uma série de outros dados de saúde. Leia mais aqui.

    SLEEPUP
    Não é só nosso humor que sofre quando não dormimos bem. Os distúrbios do sono podem levar a um aumento de células inflamatórias, alterações metabólicas e problemas com consequências cardiovasculares e até mesmo cognitivas.

    Tem mais: a privação de sono pode levar a alterações de memória e atenção e até mesmo ao envelhecimento precoce – isso sem contar o maior risco de obesidade, diabetes e hipertensão.

    Para combater esse problema sério – agravado com a pandemia – surgiu a SleepUp, uma plataforma digital que oferece terapias personalizadas para tratamento de insônia e queixas de sono.

    Segundo a CEO Renata Redondo Bonaldi, a solução da startup é uma terapia digital que se baseia em protocolos clínicos fundamentados em psicologia, medicina e mindfulness para o sono.

    Terapias digitais são intervenções terapêuticas baseadas em evidências e conduzidas por programas de software para prevenir, gerenciar ou tratar um distúrbio médico ou doença.

    Elas podem ser utilizadas de forma independente ou em conjunto com tratamento farmacológico, com o objetivo de melhorar a eficácia clínica, engajamento e jornada do paciente.

    No caso da SleepUp, é um app que traz, entre outras técnicas, a Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia, recursos de relaxamento e meditação e atendimento de especialistas por meio de telemedicina. Leia mais aqui.

    Leia mais sobre healthtechs e as tendências para 2022 no e-book gratuito que preparamos clicando abaixo.

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