• O que mantém um médico no topo hoje não é sua excelência, é sua capacidade de comunicação

    O publicitário Thiago Martins
    Jose Renato Junior | 17 set 2021

    A medicina, assim como todas as outras áreas, evoluiu muito nos últimos anos. Em um passado não muito distante, o médico poderia ficar um certo tempo sem atualizar-se frente às novas técnicas, estudos e procedimentos que realizava. Hoje o cenário é bem diferente.

    A literatura e todo conhecimento médico se renovam com extrema rapidez e esse processo passará a ser cada vez mais acelerado nos próximos anos. 

    Por padrão, a maioria dos médicos que chega ao mercado sabe que em torno de 10 anos de trabalho conseguirá fazer seu nome e estar entre os principais profissionais da sua especialidade na sua região.

    Boa formação e boa técnica são fundamentais para a ascensão e para chegar ao topo, mas você provavelmente já deve ter ouvido que o que faz você chegar no topo não é aquilo que o manterá lá por muito tempo.

    Atualmente, falamos muito em novas habilidades ou soft skills, ou seja, desenvolvimento de habilidades interpessoais que não estão diretamente ligadas a uma especialidade ou técnica, mas que ajudarão a elevar o nível da sua entrega e da experiência do paciente – e que ainda agregam valor ao seu nome.

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    Nesse sentido, existe o conceito de T-Shaped professional (ou “profissional em forma de T”, em tradução livre), que basicamente se resume em desenvolver habilidades em dois níveis:

    • Na horizontal, ou a haste do T: habilidades interpessoais (as soft skills)
    • Na vertical, ou no travessão do T: habilidades que você tem domínio, ou seja, sua especialidade

    Chegar ao topo exige muito esforço, dedicação e abdicação, mas, como disse anteriormente, não é somente seu conhecimento técnico que importa para manter-se no topo.

    A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA A CARREIRA MÉDICA

    A comunicação é algo nativo da profissão – o momento acadêmico já desenvolve essas habilidades. Seja no atendimento do seu paciente, no feedback da sua equipe, nos congressos… Enfim, ela é algo que está inserida em seu dia a dia, quer queira, quer não.

    Dentro do cenário da comunicação, há muitas nuances e variações, como comunicação interpessoal, comunicação assertiva, motivação, feedback e marketing.

    Portanto, é de extrema importância desenvolver melhor essa habilidade que pode diferenciar você dos demais colegas. 

    Principalmente quando pensamos na comunicação como um ciclo – e que uma das etapas é o marketing médico.

    Se você analisar os principais nomes que vêm se destacando nas redes sociais, perceberá que a maioria deles tem algo em comum: trabalha muito bem a comunicação médico-paciente dentro dos seus perfis, seja em vídeos, transmissões ao vivo ou qualquer outro formato.

    O poder de se comunicar bem é uma habilidade 100% treinável, que exige que você tenha uma visão mais clara de quem você é e com quem está falando ou deseja falar – e, então, como desenvolver essa mensagem da forma certa, para que seja entendida com clareza pelo receptor.

    A comunicação é parte fundamental do seu posicionamento dentro deste universo digital. É a partir dela que você vai ditar a forma como as pessoas vão enxergar você enquanto profissional e como você vai agregar valor para sua própria clínica ou consultório.

    MARKETING MÉDICO DIGITAL: QUE BICHO É ESSE?

    Todos os dias você treina sua habilidade de comunicação durante suas consultas, mas, quando falamos a partir do ponto de vista do marketing médico digital, a conversa muda um pouco.

    É necessário entender que redes sociais são fundamentais para que você eleve o nível do seu jogo, da sua marca, do seu nome e da sua agenda.

    Nesse sentido, o Instagram é a principal rede social do Brasil neste momento. Se bem utilizado, ele pode alavancar muito seu trabalho – caso contrário, pode ser a porta de entrada para muitas críticas e uma crise em sua carreira.

    Verdade seja dita: quando falamos de marketing médico, automaticamente vem à nossa cabeça a questão ética. Fazer ou não fazer? E, se fizer, como conseguir realizá-lo de forma ética e que agregue valor?

    Sempre que posso, lembro que a ética vem de cada um, e não da ferramenta ou plataforma. Portanto, quando vemos algum médico fazendo algo errado em sua comunicação, agindo de forma antiética, estamos vendo ele – e não o Instagram ou qualquer outra plataforma.

    A comunicação bem trabalhada envolve estratégia, posicionamento estratégico e marca, além de saber o que você quer extrair de cada ação que realiza.

    É comum que muitos médicos iniciem o trabalho no Instagram sem pensar de forma estratégica, apenas porque todos os outros estão lá. Essa é a receita para o fracasso.

    O ideal é entender que primeiro você deve se enxergar como marca, e uma marca tem propósito:

    • Por que estou aqui?
    • Com quem desejo falar?
    • O que desejo falar para essas pessoas?
    • O que quero que elas entendam com minha fala?
    • Qual ação desejo que elas executem após consumirem meu conteúdo?

    Essas são perguntas fundamentais que você deve responder a si mesmo antes de iniciar o desenvolvimento de conteúdo para qualquer rede.

    A forma como você fala com seus familiares é diferente da forma como fala com um amigo e, conseqüentemente, é diferente da forma como fala durante uma palestra em um congresso médico, concorda?

    UMA HABILIDADE QUE DEVE SER TREINADA DIARIAMENTE

    Portanto, é importante entender que a comunicação é algo fundamental para o médico do século 21. É uma habilidade que deve ser treinada diariamente. Não basta só querer, é preciso estudar, treinar e melhorar todos os dias.

    Os maiores perfis médicos do Instagram ou Youtube, no Brasil, neste momento, sob o ponto de vista da comunicação médico-paciente, fazem basicamente as mesmas coisas. 

    Eles sabem se posicionar, sabem se comunicar com pessoas que não conhecem, mas que são seus seguidores e, em algum momento da jornada deles, vão pegar seus telefones, enviar uma mensagem e agendar uma consulta.

    Então encare a comunicação, em especial o marketing médico digital, como algo fundamental para seu crescimento e para a aceleração de resultados dentro da sua carreira.

    No início deste artigo, comentei sobre a jornada de 10 anos para que você construa seu nome e esteja entre os líderes do seu mercado, na sua especialidade e região.

    Quando converso com médicos que estão se destacando nas redes sociais e os questiono sobre o resultado que eles geram a partir dos seus perfis e do esforço feito em cada rede, a resposta é basicamente a mesma. 

    “Thiago, eu encurtei a curva de 10 anos para 5 anos ou menos, em pouco tempo consegui obter 50, 60, 70, 80 e até 90% ou mais da minha agenda composta por pessoas que estão me seguindo nas minhas redes sociais”, afirmam.

    A medicina é e sempre será a mesma. O contato humano, a relação médico-paciente jamais deixará de existir. Mas o negócio de saúde, ou seja, seu consultório ou clínica, é um negócio – e ele precisa evoluir ano após ano.

    Diante disso, leve em consideração que para chegar no topo é necessário um esforço, e para manter-se é necessário fazer o que nunca foi feito ou até mesmo aprender habilidades que você não dominava anteriormente.

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    Thiago Martins é publicitário e especialista em marketing digital para saúde com 11 anos de experiência e mais de 80 consultórios atendidos no Brasil e nos EUA. Criador da plataforma SmartDoctors, consultor, professor e palestrante, ele é coautor do livro Marketing Médico 5.0, produzido pela Central do Marketing Médico. Siga-o no Instagram: @thmartins

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