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Mais brasileiros com acesso à medicina de qualidade: esse é o papel da Conecta Médicos

Carlos Pappini, CEO e cofundador da Conecta Médico.
Carlos Pappini, CEO e cofundador da Conecta Médico.
Jose Renato Junior | 17 ago 2022

O Brasil tem cerca de 500 mil médicos. O dado, que consta no estudo Demografia Médica Brasileira 2020, demonstra que, no último século, o número desses profissionais cresceu cinco vezes mais do que a população.

O mesmo estudo, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Universidade de São Paulo (USP), confirmou (novamente) um dos maiores problemas da assistência médica no país: a distribuição desigual dos profissionais regionalmente.

O Sudeste brasileiro reúne 53% de todos os médicos do Brasil, enquanto a região Norte, por exemplo, tem uma taxa 43% menor do que a média nacional. Os estados do Maranhão e Pará têm a menor proporção médicos/população.

Isso tudo causa um sério problema de acesso da população à saúde. Em cidades afastadas dos grandes centros urbanos, é muito comum que pacientes deixem de buscar atendimento médico por falta de profissionais especializados na região.

Um sintoma simples que deixa de ser analisado pode ser uma futura doença grave que deixou de ser tratada precocemente. E uma das soluções para esse problema acaba de ser regulamentada pelo CFM: a telemedicina.

A prática, que estava aprovada em caráter de urgência por causa da pandemia de Covid-19, foi liberada de maneira definitiva pelo Conselho por meio de uma resolução em maio. 

A Conecta Médico é uma empresa que aposta há tempos na telemedicina, e que já estava com toda sua solução montada aguardando a regulação da prática antes mesmo de a pandemia apressar o processo.

“Com a telemedicina, agregamos tecnologia sem agregar custo adicional para a saúde – pelo contrário: com ela, se reduz custo”, afirma Carlos Pappini, CEO e cofundador da Conecta Médico.

“A pessoa antes tinha como única alternativa o atendimento presencial. Ele gastava dinheiro e tempo no deslocamento. Com a telemedicina, ele faz isso dentro de casa”, explica. “A telemedicina agrega muito valor ao paciente, muita comodidade na jornada dele e o principal, com alto nível de resolutividade e desfecho clínico positivo.” 

TELEMEDICINA BATIA À PORTA BEM ANTES DA PANDEMIA

Carlos Pappini é um visionário que há alguns anos percebeu que a telemedicina batia à porta do país e decidiu, ao lado de dois amigos, transformar um negócio que já existia no que hoje é a Conecta Médico – ou pivotar, na linguagem da inovação.

Sua trajetória de 30 anos na saúde começou com atuação em operadora de saúde, passou pela indústria farmacêutica (em empresas como, Merck Sharp, Baxter e Bayer) e, em 2011, culminou com a decisão de empreender – mas ainda não era com a Conecta. 

“Eu via uma tendência. Por volta de 2005, a indústria farmacêutica começou a trazer produtos de alta complexidade, os chamados produtos biológicos, e isso ganhou força em 2010”, conta.

“Pensei: esses produtos vão precisar cada vez mais de programas de acompanhamento do paciente, porque são medicamentos que custam R$ 10 mil, R$ 20 mil reais por mês, e não se pode deixar o paciente sem assistência, eles têm características de suporte a diagnóstico, aplicação e acompanhamento diferentes”, relembra. 

Ele então criou uma empresa de programa de suporte ao paciente, a In Health. Em três anos, o negócio já tinha quase 60 funcionários e havia conquistado 10 grandes indústrias como clientes. “Isso chamou a atenção do mercado e eu acabei vendendo a empresa.”

Em 2018, um post no Facebook de dois amigos chamou sua atenção. Eles lançavam um projeto, chamado Conecta Médico, em parceria com o cirurgião vascular Rodrigo Kikuchi. 

“Esse negócio era um desenho de um serviço para clínica. O Vascular tem muito procedimento, o que gera muito pós-consulta. O Dr. Kikuchi precisava de um app por meio do qual dava as informações necessárias automaticamente para o paciente, deixando-o mais confortável e livre para os atendimentos.” 

Como Pappini conhecia o mercado, entrou em contato com os amigos e eles se reuniram. Pappini achava difícil monetizar o aplicativo. Quem pagaria por ele? Ao mesmo tempo, ele percebia uma outra oportunidade. 

“A telemedicina estava batendo em nossa porta aqui no Brasil. Eu disse que achava que eles tinham que pivotar para a telemedicina. E eles me convidaram para ser sócio do negócio.”

A plataforma estava pronta, esperando a regulamentação, quando começou a pandemia de Covid-19. Com ela, veio o decreto aprovando a telemedicina em caráter de urgência. E a Conecta foi lançada imediatamente. 

MODELO DE NEGÓCIOS COM CUSTO ZERO PARA O MÉDICO

“Criamos uma modelagem de negócio ímpar, agregando a ela a promoção médica, por meio de um processo informativo em vídeo de curta duração”. 

Trata-se de um processo customizado, permitindo que o vídeo seja selecionado pelo CRM do médico, pelo CID, ou pelas patologias abordadas e como isto disponibilizamos gratuitamente a plataforma para o médico.

“Telemedicina é um conceito muito amplo. A gente fala mais de telessaúde, que engloba outras especialidades médicas também: teleconsulta com psicólogos, nutricionistas e o telediagnóstico”, explica Pappini. 

“Na teleconsulta, há as consultas eletivas, que funcionam como no mundo físico: você liga e marca o médico para a próxima terça-feira, por exemplo. Tem também as consultas de pronto-atendimento, nas quais o paciente é atendido por um clínico geral de forma imediata.”  

A empresa começou oferecendo apenas consulta eletiva e evoluiu para pronto-atendimento, o que aconteceu em 2021. Nosso serviço atende, 24 horas por dia, 7 dias por semana.  

Ele já é responsável por 50% da receita da empresa, que se posiciona como uma Human Healthtech. O CEO explica: “Temos um grupo de concierges que atendem os pacientes – eles nunca estão sozinhos online na plataforma”.

Antes das consultas, o paciente faz um checklist com esse time. “A gente entende que precisa humanizar essa relação. A saúde não pode ser uma coisa de bits e bytes.” O NPS da plataforma, ou seja, o grau de satisfação do usuário, é de 9,8.

Hoje, a Conecta, que integra o hub de negócios da saúde e bem-estar da Interplayers, tem como modelo de negócios tanto o B2C quanto o B2B, e está lançando uma série de novidades.

UM INVESTIMENTO DE SMART MONEY 

A Conecta realizou em 2021 seus três grandes planos: além de inaugurar o pronto-atendimento, trazer um investidor para dar tração ao negócio e lançar versões white label para atender o mercado B2B.

“Até então, atuávamos no B2C. Isso é muito bacana, mas é só uma parte do processo. No B2B, podemos atender planos de saúde que têm milhões de vidas”, ele explica.

O investidor veio em julho. “Nossa ideia era trazer investidores quase que angel, pelo tamanho da empresa, para que a gente pudesse subir a escada pelos degraus normais: angel, pré-seed e seed, buscando fundos até olhar o venture capital, lá na frente”, conta. 

Como era amigo de muito tempo de Arnaldo Sá Filho, fundador da InterPlayers, Pappini resolveu falar com ele para o investimento-anjo. “Ele me apresentou o conceito do Hub de Negócios e percebi muita sinergia”, diz.

“Sempre acreditamos que, acima de dinheiro, é preciso ter uma relação de confiança com o investidor. E eu tenho muito isso na Interplayers.”

CLÍNICAS SATÉLITES: DEMOCRATIZAÇÃO DA SAÚDE

O investimento permitiu que a Conecta pudesse lançar novos produtos – como o Clínica Satélite, que prova a vocação da telemedicina para dar mais acesso à população a uma medicina de qualidade. 

“O Brasil tem mais de 5,5 mil municípios e determinadas especialidades médicas, como oncologia, neurologia e mesmo cardiologia, reumatologia endocrinologia ou urologia, estão extremamente concentradas dentro das capitais ou das grandes cidades”, explica Pappini. 

“O paciente que está a 500 quilômetros de uma capital tem que fazer esse trajeto enorme apenas para passar por uma consulta ou ir a um exame. E grande parte das pessoas não têm condições financeiras e de tempo para isso.” 

A Conecta então mapeou cerca de 300 municípios no Brasil, levantando dados como IDH, perfil da população e faixa etária, nos quais faltam algumas especialidades médicas – e concluiu pela viabilidade da criação das Clínicas Satélites.

Seu funcionamento se dá no consultório de um clínico geral parceiro na cidade numa sala estruturada para teleinterconsulta, com bom computador com uma tela grande, câmera, bom sinal de wi-fi e alguns devices médicos, para serem usados pela enfermeira ou mesmo do próprio clínico. 

“Nessa sala, o paciente faz consultas com um oncologista, com um urologista, com cardiologista, o que ele precisar: tudo à distância com o suporte de outro profissional da saúde que está junto com o paciente, é a teleinterconsulta”, conta. “Você traz o especialista para dentro da cidade por meio do digital.” 

A Conecta tem uma parceria com a israelense TytoCare a mais renomada empresa de devices do tipo do mundo e a suíça Logitech, líder em equipamentos de câmeras e som. Os aparelhos já permitem uma série de exames clínicos a distância, inclusive um que identifica risco de câncer de pele. Os dados são enviados em tempo real para o médico.

O nosso modelo é ter Clínicas Satélites no país inteiro, democratizando a saúde e ampliando o acesso real para os pacientes”, comenta.

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