• Loja autônoma para saúde: como o Lab in Box pretende crescer vendendo produtos e insumos para médicos e pesquisadores

    André Larson, fundador do Lab in Box by Onii
    Jose Renato Junior | 13 out 2021

    Em 2021, por causa da pandemia e de toda a mudança de hábitos e transformação digital que ela trouxe consigo, o empresário André Larson conseguiu tirar um sonho de 18 anos do papel.

    André finalmente fundou o Lab in Box by Onii, a primeira loja autônoma voltada para saúde e instalada no Supera Parque, polo de inovação e tecnologia instalado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

    O Lab in Box é uma parceria entre a Onii, startup de estabelecimentos autônomos que permitem realizar compras diretamente via aplicativo, e a Progenix, um e-commerce de vendas de insumos para laboratório.

    A ideia é inaugurar uma nova forma de varejo para o segmento de saúde, com soluções para a rotina dos pesquisadores e profissionais da área, como médicos e enfermeiros. 

    É como se ela funcionasse como uma extensão do almoxarifado. Lá, o profissional de saúde e o pesquisador podem encontrar, 24 horas por dia, 7 dias por semana, produtos como insumos para laboratórios e hospitais, equipamentos de proteção individual e testes de Covid, entre outros.

    O Lab in Box: primeira smartstore para a saúde

    A HORA ERA AGORA: COMO A PANDEMIA IMPULSIONOU O NEGÓCIO

    A pandemia de Covid-19 trouxe mudanças significativas no varejo. Com o lockdown imposto, muitos acabaram fecharam as portas por não conseguir arcar com os custos de manter a estrutura física e os funcionários.

    Dessa forma, o e-commerce deu um salto. Fechou 2020 com um crescimento de 73,88%, segundo o índice MCC-Enet.

    Esse indicador foi desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital em parceria com o Neotrust/Movimento Compre & Confie.

    Em 2021, o movimento de alta continua. Em agosto o crescimento foi de 20% em relação ao mesmo mês do ano passado, e o acumulado do ano soma 26,97%.

    A digitalização que veio na esteira dessa transformação toda fez surgir a oportunidade que o empresário André Larson esperava há muito tempo.

    “Atuo no mercado de produtos para laboratório e da saúde há 25 anos”, conta, mencionando a Progenix, especializada na distribuição e importação de produtos para laboratório e hospital. 

    “Em 2003, percebi que existiam muitos problemas logísticos e de infraestrutura nele. Foi quando surgiu a ideia de oferecer um sistema de fornecimento local, pelo qual o usuário poderia acessar os principais produtos quando necessário.”

    Naquela época, no entanto, não havia sequer tecnologia para isso, e André não pôde dar andamento ao projeto.

    “Com o aparecimento da pandemia, formou-se um ambiente ideal para o surgimento de tecnologias disruptivas.”

    Em um encontro com um amigo de infância, Tom Ricetti, fundador da Onii, André foi apresentado à ideia da startup de lojas autônomas.

    Espécies de evolução das vending machines, essas smartstores unem vantagens da loja física (ter o produto disponível na hora) e do e-commerce (tudo digitalizado, com custos menores).

    “Percebi que agora tinha acesso às tecnologias e ferramentas necessárias para colocar em prática meu projeto de 2003. Foi a partir daí que surgiu o Lab in Box.”

    COMO A LOJA AUTÔNOMA DE PRODUTOS PARA SAÚDE FUNCIONA

    O conceito de loja autônoma ainda engatinha no Brasil, mas já é usual no exterior, em locais como Estados Unidos (onde a Amazon Go é a mais notória loja que “vende sozinha”) e na China (que conta com a maior do tipo no mundo, a AiFi, com 371 metros quadrados). 

    Aqui, o Lab in Box é a primeira iniciativa de smartstore, ou loja inteligente, voltada para o segmento de saúde.

    Sem interação humana, como caixas ou atendentes, o autosserviço funciona com pagamentos realizados dentro do aplicativo da empresa.

    O usuário deve baixar gratuitamente o app Onii e cadastrar seus dados pessoais e cartão de crédito. Ele só consegue entrar na loja se, com seu smartphone, ler o QR Code disponível na porta do Lab in Box.

    Dentro dela, vai ter à disposição uma sorte de produtos, como máscaras descartáveis, luvas, tubos de coleta, avental, caixas coletoras para material perfurocortantes, plásticos para laboratório, enzimas e kits para biologia molecular e, meios de cultura, entre outros.

    “O Lab in Box irá trazer soluções para diferentes necessidades, desde um experimento em um laboratório de pesquisa até a rotina de um profissional da saúde”, diz André. 

    “Uma das possibilidades do Lab in Box é customizar o seu estoque conforme interação com o ecossistema em que está instalado.”

    O empreendedor aponta vantagens, como disponibilidade imediata de itens sensíveis a prazos, preços e armazenagem. “Seu sistema de gestão é intuitivo e de fácil uso”, afirma.

    PLANOS: 100 LOJAS EM APENAS TRÊS ANOS

    André conta que investiu R$ 50 mil para o desenvolvimento do MVP. “Projetamos um faturamento para o primeiro ano de operações em R$ 200 mil”, revela.

    O planejamento dele é ter 10 lojas em um ano, 50 lojas no segundo ano e 100 lojas no terceiro ano de operação. 

    “Estamos em fase de validação do modelo de negócios. Depois disso entraremos na fase de busca pelo market fit. Porém inicialmente acreditamos que o Lab in Box atenderá os centros de pesquisa. Mas suas aplicações são inúmeras.”

    A expectativa é crescer até a casa dos seis dígitos nos próximos anos e expandir a solução para fora do Brasil. “Inicialmente pensamos na Europa e Ásia.”

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