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Por que o Aché transformou a longevidade em pilar estratégico de seu negócio

Ações serão coordenadas pela gerência médica do laboratório e abrangem todos os departamentos; portal de conteúdo e pesquisa no país todo são algumas das primeiras iniciativas
Jose Renato Junior | 19 abr 2021

Esqueça aquela imagem da Dona Benta, eternizada por Monteiro Lobato em seu Sítio do Pica-Pau Amarelo, que durante muitos anos foi associada à terceira idade. A população 60+ não quer mais, hoje, ver o dia passar sentada em uma cadeira de balanço ou preparando guloseimas para os netos na cozinha.

Isso não quer dizer, no entanto, que os maduros estão pensando em saltar de paraquedas ou começando a surfar ondas gigantes.

“O mercado não sabe conversar com essa população até porque a estereotipa muito”, afirma Mauro Ferreira, gerente médico do Aché Laboratórios. 

Ele se refere ao grupo composto por 13% da população brasileira hoje e que pode ultrapassar a marca dos 30 milhões de pessoas já em 2025. “A estimativa é de que, em 2050, os 60+ sejam 60 milhões de pessoas aqui no país”, diz o médico. 

“Em cinco ou 10 anos, a pirâmide vai se alterar no Brasil. E nós precisamos entender e estar dispostos a atender essa população – e não só a que já faz parte, mas a que está entrando nesse grupo a cada dia”, afirma a gerente médica Anna Lacerda.

De acordo com Anna, não basta para os maduros hoje viver muito. “Eles querem viver bem, com qualidade de vida”, afirma. “E nós, como uma indústria farmacêutica, temos muito a contribuir para esse desejo humano de viver mais e melhor.”

É por isso que o Aché decidiu, quando avaliava seus planos de futuro, trabalhar a longevidade como pilar da companhia. Em 2020, o projeto foi implementado na estratégia do laboratório para funcionar de forma multidisciplinar e horizontal, englobando todas as áreas internas. 

60+: UMA REVOLUÇÃO CULTURAL

O envelhecimento da população já foi destacado pela Organização das Nações Unidas como uma das quatro megatendências para o século. 

“A longevidade chegou para ressignificar a forma como vemos a realidade”, afirma o relatório FDC Longevidade, elaborado pela Fundação Dom Cabral em parceria com a Hype 50+, consultoria de marketing especializada no público maduro, e lançado ano passado.

Os 60+ passaram por uma grande alteração de perfil nas últimas décadas. Hoje, são social e economicamente muito mais ativos. Além disso, continuam trabalhando até uma idade mais avançada – 22% deles, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Isso implica em uma revolução cultural – e, em decorrência dela, a chamada “economia prateada” deu um salto. 

Mais de 40% dos viajantes de aventura do continente americano têm mais de 50 anos, de acordo com dados de 2017 publicados na revista The Economist, por exemplo. 

A mesma publicação afirma que, até 2030, a maior parte do crescimento de consumo das cidades da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) virá dos 60+.

Além disso, esse é um público que, lembra Mauro, é bastante heterogêneo. “Se nossa vida é a soma de nossas experiências, não dá para colocar todos no mesmo balaio”, afirma.

PESQUISA PARA MAPEAR OS VÁRIOS 60+

Por isso, uma das primeiras ações práticas do Aché é uma pesquisa que está em processo de desenvolvimento e que pretende escutar tanto os 60+ como a comunidade médica. 

O estudo, segundo Mauro, tem como objetivo compreender como ambos enxergam e lidam com o conceito de longevidade e de qualidade de vida.  Além disso, quer entender, sob o ponto de vista dos médicos, como se dá a relação de suas especialidades com o tema. 

A pesquisa já se inicia nas próximas semanas, no país todo. “Pretendemos, ainda no primeiro semestre deste ano, ter um diagnóstico e um mapeamento desses stakeholders, para então definirmos as estratégias prioritárias da companhia.”

Na prática, essas iniciativas podem envolver desde a identificação de que é preciso fazer eventos para a comunidade médica sobre longevidade até a alteração de uma embalagem de medicamento para atender melhor às necessidades dos consumidores prateados.

O grupo que lidera o programa sobre longevidade já faz também um trabalho de engajar toda a companhia no que se refere à conscientização da importância do tema. “Mas esse é um esforço contínuo”, afirma Mauro.

CANAL LONGEVIDADE: EMPODERAMENTO DO PACIENTE

Outra iniciativa que já está no ar é o canal especial Longevidade, publicado no portal Cuidados Pela Vida.

O Cuidados pela Vida é o programa de benefícios e descontos do Aché, que tem como finalidade oferecer qualidade de vida para pacientes e suas famílias. Ele é composto de diversos benefícios para que cada paciente possa ter uma experiência única durante o tratamento. 

Além de propiciar descontos em produtos, o Cuidados Pela Vida também pode fornecer lembretes de tomada de medicamentos, recordatórios de recompra e muitos conteúdos incentivando o bem-estar e o autocuidado dos pacientes em sua jornada de tratamento.

A jornada vai desde a descoberta do sintoma até a manutenção do tratamento prescrito pelo médico para comodidade do paciente e sua família. Atualmente, o programa conta com mais de 15 milhões de usuários cadastrados.

Com o canal Longevidade, o laboratório tem como objetivo começar a levar para a população brasileira informações, conteúdos com chancela médica e serviços para a prevenção e a melhoria de qualidade de vida hoje.

“Esse canal é um ponto de largada”, afirma Anna. “Queremos alimentar essa plataforma com conteúdos e ferramentas que possam nos ajudar a entender como o público maduro reage e por quais assuntos se interessa mais. É um piloto.”

Para Mauro, a criação de conteúdo oferece ferramentas para o chamado “empoderamento do paciente”. 

“Quando ele tem informação, entende que é preciso cuidar mais da própria saúde”, explica o médico. “Há pesquisas na Europa que mostram que, quando um paciente de doença crônica é ‘dono’ da sua doença, ele se cuida mais, o que baixa os custos do sistema de saúde”, continua. “Por isso é tão importante que as empresas saibam como conversar com essa população.”

Anna afirma que o Aché já tem muitas ações, produtos e serviços voltados para o público maduro. “Mas são iniciativas isoladas”, explica. “Agora o projeto está no departamento de gerência médica, que é a área técnica e científica do laboratório, para que as ações sejam centralizadas”, ela diz.

“Acho que esse vai ser o maior ganho desse projeto: ser visto como um projeto guarda-chuva e estratégico da companhia. E ter sinergia com todas as áreas, independentemente de qual for.”

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