• Com teleconsultas gratuitas na pandemia, a Teladoc quer dar acesso à saúde de qualidade e chegar a 10 milhões de usuários em 2021

    Segundo o diretor-geral da companhia, Jean Marc Nieto, o Teladoc App foi lançado no ano passado e está disponível sem custo por tempo indeterminado para ajudar no combate à pandemia e para transformar nossa experiência com assistência médica: basta baixar o aplicativo e agendar a consulta.
    Jose Renato Junior | 24 fev 2021

    Em 2018, quando a telemedicina ainda não era parte de nossos papos na mesa de jantar, um negócio bilionário tomava conta das notícias de economia do país. Por 352 milhões de dólares – ou R$ 1,9 bi em valores atuais –, a Advance Medical era comprada pela Teladoc Health, empresa pioneira e líder global em cuidados virtuais de saúde.

    A aquisição criava a maior empresa de telemedicina do mundo e tinha como objetivo desenvolver uma plataforma única de acesso a serviços de saúde em escala global.

    Hoje, ela é uma gigante com “mais de 50 mil médicos cadastrados em sua plataforma global e mais de 100 milhões de vidas cobertas em todo mundo”, diz Jean Marc Nieto, diretor-geral da empresa no Brasil.

    Em meados do ano passado, a Teladoc lançou no país seu aplicativo de consultas médicas online e gratuitas para todo o Brasil. Você leu certo: enquanto durar a pandemia, as teleconsultas não estão sendo cobradas. Basta baixar o Teladoc App.

    O objetivo, afirma o diretor geral, é revolucionar o acesso aos serviços de saúde do país. “A empresa planeja atender mais de 10 milhões de brasileiros com o novo app em 2021”, diz ele.

    “Orientada por sua missão, a Teladoc está transformando com sucesso a forma como as pessoas acessam e experimentam assistência médica, com foco em alta qualidade, custos mais baixos e melhores resultados em todo o mundo.”

    ESTRUTURA PARA TELEMEDICINA JÁ ESTAVA PRONTA

    Fundada em 1999, em Barcelona, a Advance Medical abriu uma filial brasileira em 2014. À sua frente estava Jean Marc. “Tivemos bastante sucesso com ela”, diz Jean, que, após a aquisição pela Teladoc, passou a liderar a expansão da empresa no país.

    Na ocasião da compra, a Advance crescia a um ritmo de quase 95% do ano no Brasil e contava com 500 mil vidas. A expectativa era dobrar de tamanho em um ano – mas eles não contavam com a pandemia.

    E, com ela, o isolamento social e o medo de frequentar prontos-socorros, hospitais e até clínicas médicas. “A pandemia acelerou o uso da telemedicina. Médicos e pacientes passaram a recorrer a esse tipo de atendimento”, diz Jean.

    “Vivemos um momento de aceitação, de maior compreensão e de entendimento de que a telemedicina é um método que veio para ficar e para beneficiar os pacientes e profissionais com mais segurança e comodidade.”

    Ele continua: “A nossa companhia acelerou o passo diante da alta demanda que surgiu após a pandemia do coronavírus, mas muita da nossa estrutura já estava pronta dentro da regulação permitida pelo Conselho Federal de Medicina à época”.

    O aplicativo que eles lançaram no ano passado, afirma o executivo, já vinha sendo planejado desde março de 2019 – agora, no entanto, com a regulamentação mais abrangente, suas funcionalidades puderam ser ampliadas.

    A Teladoc, que atende hoje a 7 milhões de vidas, oferece serviços que incluem telessaúde, orientações de saúde, consultas médicas, IA e análises e serviços de plataforma licenciados. Tem mais de 4 mil funcionários e está presente em 175 países.

    TELADOC APP OFERECE TELECONSULTA AGENDADA E GRATUITA

    Não só a pandemia, mas o acesso à saúde no Brasil, afirma Jean Marc, também representa outro fator para que os pacientes procurem alternativas como a telemedicina.

    “Atualmente, no Brasil, apenas 25% da população têm plano de saúde e o SUS sofre com a má gestão e falta de investimentos”, diz.

    “Nesse sentido, a telemedicina não substitui uma consulta presencial, mas traz uma solução para problemas de acesso à saúde que os brasileiros enfrentam, como prontos-socorros superlotados, falta de médicos e longos tempos de espera.”

    Levantamentos da Teladoc mostram que até 95% das queixas de saúde podem ser resolvidas por meio da telemedicina. “Mesmo antes da pandemia, a previsão da consultoria Forrester Research era de que o número de consultas médicas realizadas a distância iria superar o de atendimentos presenciais nos Estados Unidos em 2020”, diz ele.

    Com a ampla aceitação da telemedicina, o Teladoc App veio muito a calhar. A plataforma permite que o paciente seja orientado por uma equipe especializada, sem precisar sair de casa.

    Fazer uma consulta é muito simples. Basta baixar o aplicativo, disponível para Android e iOS, e ter um smartphone com sistema operacional atualizado.

    “Você agenda sua consulta com médicos habilitados e certificados, no horário que estiver disponível, e recebe orientações específicas para o seu quadro de saúde com sigilo, segurança e praticidade”, afirma o diretor da empresa.

    “Após a consulta, sua prescrição ficará disponível digitalmente no app e você poderá acessar a receita e comprar o seu medicamento em uma farmácia local de sua preferência.”

    O app também permite que o usuário acompanhe métricas sobre sua saúde estabelecidas por ele mesmo, como passos dados por dia e copos de água ingeridos. Com informações de geolocalização, o aplicativo também auxilia os usuários a encontrarem as rotas mais próximas e eficientes para chegar em prontos-socorros, hospitais e farmácias.

    “Em função da pandemia, as consultas médicas através do Teladoc App foram disponibilizadas de forma gratuita e sem limite, com o objetivo de levarmos o atendimento médico de forma segura, prática e resolutiva para toda população”, conta Jean Marc.

    “Foi uma das formas encontradas pela Teladoc para poder contribuir com a sociedade neste momento difícil e complexo. Ao disponibilizarmos o aplicativo de forma gratuita por tempo indeterminado, o nosso intuito é conseguir cuidar dos pacientes e vencermos essa pandemia.”

    MODELO B2B MONETIZA E DÁ POSSIBILIDADE DO B2C GRATUITO

    Antes da pandemia, a Teladoc atuava no país com foco no modelo B2B – que é seu core e de onde vêm as receitas para que a empresa possa oferecer agora, durante a pandemia, os serviços sem custo.

    “Existem diversos tipos de serviços relacionados ao cuidado virtual oferecidos pela Teladoc no Brasil com diferentes formatos de cobrança e rentabilidade, com foco principal no mercado B2B”, diz Jean.

    “Nesse modelo, atendemos beneficiários e dependentes das empresas que nos contratam para oferecer soluções de saúde.”

    “Dentre as soluções oferecidas estão a Consulta Médica por Telefone, Programa Nutricional, Programa Esportivo, Programa de Gestantes, Monitoramento Clínico, Opinião Médica Especializada e Consulta Médica por Vídeo, feita via Teladoc App”, enumera Jean Marc.

    Os clientes são operadoras de saúde e hospitais, como Porto Seguro e o Hospital Sírio-Libanês.

    “A Teladoc é a única empresa de telemedicina que tem um alcance global. Oferecemos um amplo portfólio de serviços, desde uma orientação por telefone passando pela telemedicina, serviços de telepsicologia e gestão de doenças crônicas”, afirma o executivo.

    “Além disso, temos como diferencial a empatia, humanização e acolhimento, pensando sempre no bem-estar e no cuidado integral da saúde do paciente.”

    Segundo o diretor, o Brasil é um dos principais mercados mundiais para a Teladoc: “Acreditamos que os produtos da empresa têm um fit muito grande com as necessidades do país e que podemos ajudar a mudar e tornar o sistema de saúde mais acessível para todos”.

    Os planos futuros são grandes. “Vamos entrar forte no mercado com serviços para o B2C, devemos iniciar o processo de nacionalização da Livongo e muito mais”, diz ele sobre a empresa americana de saúde digital, que auxilia pacientes crônicos de diabetes no dia a dia, comprada pela Teladoc no ano passado numa negociação de estratosféricos 18,5 bilhões de dólares. “Vamos investir bastante.”

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