
Ações para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e cuidar da saúde do planeta já fazem parte do ambiente hospitalar. O debate que antes era restrito a setores como energia, indústria e transporte, se expandiu. E o Hospital Sírio-Libanês (HSL) é um dos principais exemplos dessa virada.
Responsáveis por alto consumo energético, geração de resíduos e uso de insumos químicos de impacto ambiental, hospitais brasileiros estão assumindo o desafio de fazer da saúde um agente ativo contra a crise climática.Nos últimos quatro anos, a instituição reduziu mais de 40% das suas emissões de CO₂.
O marco mais emblemático foi a adoção de energia 100% renovável, com fornecimento majoritariamente eólico e complementação solar.
O hospital também adota a compensação com créditos de carbono para neutralizar as emissões que ainda não foram possíveis de eliminar, assegurando assim a manutenção da neutralidade climática.
“O Sírio-Libanês atua de forma consistente na agenda climática desde 2011, mensurando as emissões de gases de efeito estufa e, a partir de 2019, firmou o compromisso de ser uma instituição carbono neutra, com ações que envolvem redução, compensação e estratégias de adaptação”, afirma Giovana Kill, superintendente de Filantropia do HSL.
“Para nós, sustentabilidade não é um projeto paralelo, é uma política institucional”, conta.
No centro ambulatorial da unidade Itaim, por exemplo, o uso de óxido nitroso, gás anestésico com elevado potencial de aquecimento global, foi totalmente eliminado. A substituição por agentes inalatórios modernos e técnicas de anestesia intravenosa vai evitar a emissão de 574 toneladas de CO₂ equivalente por ano.
Além disso, a gestão de resíduos, com segregação entre infectantes, químicos, comuns e radioativos, segue princípios de circularidade e rastreabilidade. Graças a esse manejo, 37% dos materiais orgânicos e recicláveis são reaproveitados por meio de reciclagem e compostagem. Parte dos rejeitos enviados a aterros segue para unidades com tecnologia capaz de reter o metano, considerado até 28 vezes mais impactante para o efeito estufa do que o CO₂.
Há também iniciativas de reaproveitamento inovadoras em ambientes hospitalares, como o reprocessamento de embalagens de álcool em gel e sabonetes, de seringas e de bolsas de soro sem contaminação, além de reciclagem de gases de refrigeração. O objetivo é reduzir o descarte e prolongar o ciclo de vida de insumos utilizados.
O HSL firmou, ainda, parcerias com fornecedores para estimular práticas socioambientais e juntos trabalharem em ciclos de logística sustentável. Neste sentido, utilizam veículos com menor impacto na emissão de carbono e embalagens retornáveis, que visam a menor geração de resíduos.
“Uma mudança sistêmica acontece com colaboração, então, estamos abertos para que nossos parceiros participem desse movimento”, reforça Giovana.
A superintendente complementa: “Acreditamos que a transição energética e a economia circular serão pilares da saúde sustentável e estamos contentes de mostrar que essa revolução pode começar dentro de uma unidade hospitalar”.
As ações descritas na reportagem estão alinhadas com os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU):
Todo esse esforço sinaliza o compromisso do HSL com uma agenda voltada ao bem-estar humano em harmonia com o planeta.
