• Exclusivo: os segredos do Grupo Sabin para figurar entre as 10 melhores empresas para trabalhar no Brasil… há 14 anos!

    Lídia Abdalla, presidente do grupo, usa a si própria para explicar o modelo da empresa: “Entrei como trainee e sou um exemplo do que é a filosofia de gestão de pessoas daqui. Temos um propósito muito firme de que as pessoas têm de cuidar de pessoas”.
    Jose Renato Junior | 17 nov 2020

    Ser escolhida como uma das melhores empresas do Brasil para trabalhar já é uma distinção difícil de alcançar. Manter-se nesse grupo seleto por 14 anos seguidos é sinal de consistência que é digno de admiração.

    Fundado em Brasília em 1984 inicialmente com foco em serviços de medicina diagnóstica, o Grupo Sabin pode se orgulhar dessa façanha ao obter o 7º lugar na edição 2020 do Great Place to Work Brasil e continuar no top 10 como vem acontecendo desde 2007.

    Com uma política de gestão que preza a transparência, a diversidade e o incentivo ao desenvolvimento pessoal e profissional de sua equipe (que hoje conta com 5.400 funcionários diretos), o Grupo Sabin se destaca como empresa que preza as pessoas – tanto seus trabalhadores como os clientes que atende.

    O nome da empresa já traz muito do ideal de atuar em benefício da sociedade, como explica Lídia Abdalla, mineira de 47 anos que entrou no Sabin em 1999 como trainee e chegou à presidência executiva em janeiro de 2014.

    “Ele é uma homenagem ao doutor Albert Sabin. Nossas fundadoras, as doutoras Sandra Costa e Janete Vaz, queriam buscar uma referência na área de saúde e o doutor Sabin, além de ter sido um grande cientista e pesquisador, foi um grande benfeitor para a humanidade”, afirma a CEO.

    “Quando criou a vacina de poliomielite, o doutor Sabin não fez sua patente. Deixou aberta para o mundo porque pensou que não era para ser um negócio limitado só para quem tivesse condição de pagar”, conta Lídia.

    O apreço pelas pessoas é, afirma a executiva, o que guia o ideal do Grupo Sabin ao estimular sua equipe a manter uma relação aberta, transparente, sem censuras e inibições, que admite o erro para que se saiba como ele pode ser corrigido, que estimula o desenvolvimento pessoal e profissional, além da diversidade e da inclusão. Tudo isso está resumido no lema “Seu jeito é o jeito Sabin”.

    “Nosso propósito muito firme é que tudo só vale a pena se for bom para as pessoas. A empresa existe muito além de entregar um serviço de qualidade e confiabilidade”, conta ela.

    “A gente tem responsabilidade de impactar positivamente a sociedade para que seja melhor, mais digna, com menos desigualdade. Fazemos isso a partir de nossas pessoas.”

    Janete Vaz e Sandra Costa: as fundadoras do Grupo Sabin

    A PRESIDENTE COMO EXEMPLO DA FILOSOFIA

    Lídia não faz apenas o discurso corporativo. Gosta de ressaltar que ela mesma tem esse alto cargo hoje porque representa a ideia central da empresa.

    “Me formei em Minas Gerais, sou farmacêutica bioquímica. E vim para Brasília porque sempre quis trabalhar com medicina laboratorial”, conta. “Entrei no Sabin como trainee e sou um exemplo do que é a filosofia de gestão de pessoas daqui, que é de promover e valorizar uma gestão participativa, trazer todas as pessoas para serem incluídas nos projetos, incentivar muito a educação e a capacitação, valorizar os planos de carreira e promoções internas.”

    Hoje, dos 450 líderes do grupo, 99% vieram de carreira interna, afirma Lídia. “Eles entraram na empresa como atendente, analista, bioquímico, médico… E, assim como eu, foram trilhando, construindo sua carreira.”

    “As pessoas sabem verdadeiramente que elas podem se entregar à empresa, se dedicar e buscar novos conhecimentos porque terão uma oportunidade.”

    “Elas terão oportunidade quando tiver um cargo de liderança ou mesmo hoje, com a oportunidade de trabalhar em outra área, fazer uma carreira Y”, afirma a presidente executiva.

    Numa expansão para todo o país desenvolvida desde 2010, o Grupo Sabin hoje está presente em 12 estados mais o Distrito Federal e conta com 296 unidades de atendimento a pacientes em 53 cidades. Em 2019, foram atendidos 5,2 milhões de clientes. A empresa avalia que tem um crescimento anual entre 15% e 20%.

    Os investimentos do Grupo Sabin vêm hoje quase em 100% da geração de caixa da própria empresa, que é uma companhia de capital fechado. Mas, para as expansões recentes, houve captações externas. Em 2019, a receita bruta do grupo foi de R$ 1,35 bilhão. Nos anos recentes, aquisições de sete empresas custaram R$ 362 milhões.

    Fachada da sede do Grupo Sabin, em Brasília: expansão geográfica começou em 2010

    UM GRUPO COM NEGÓCIOS DIVERSIFICADOS

    Até 2010, o grupo era uma empresa mais restrita ao Distrito Federal, onde já era o maior laboratório. Lídia participou ativamente do plano de expansão geográfica e também de atividades como superintendente técnica.

    Quando as fundadoras decidiram criar um conselho de administração e sair da operação diária para se concentrar na estratégia em 2014, a mineira foi escolhida para ser a presidente da empresa.

    Hoje, o Grupo Sabin diversificou seu negócio. Entrou na área de diagnóstico por imagem, montou centros de check-up executivos e, em 2019, criou em São Paulo a clínica Amparo Saúde, para medicina preventiva e acompanhamento dos pacientes.

    “É um modelo diferente do nosso negócio core. É o que a gente chama de atenção primária”, explica Lídia.

    “Temos contratos com operadoras de saúde e um grupo de médicos de família, assim o paciente tem o atendimento completo. Ele passa a ser um paciente recorrente para tratar preventivamente de sua saúde. Só em casos de complicações ou cirurgia é que ele é encaminhado para um serviço mais complexo.”

    Sala de exames do Grupo Sabin

    POLÍTICAS INTERNAS DE DIVERSIDADE E INCLUSÃO

    Muito bem, essa foi a parte do serviço prestado pelo Grupo Sabin. Mas o que é a política interna da empresa que faz com que ela seja uma das dez melhores para trabalhar há tantos anos?

    Primeiro, Lídia reforça a política de apreço a quem está na empresa.

    “Temos um programa robusto de benefícios, de qualidade de vida e bem-estar, que passa pelo desenvolvimento e formação de líderes”, conta.

    “E temos uma política de portas abertas, de proximidade, um ambiente de liberdade e criatividade, cultivando relações de confiança, transparência, verdade, respeito. Temos um propósito muito firme de que as pessoas têm de cuidar de pessoas.”

    Ou seja, cuidar de seus profissionais para que eles cuidem dos clientes. “O paciente chega à nossa unidade às 6h da manhã, às vezes com receio da agulha, com medo do resultado do exame, em jejum, muitas vezes já doente, fragilizado”, explica a CEO.

    “Meu colaborador, meu funcionário, tem de ter um sorriso no rosto naquele momento. Para receber, para acolher, até para tranquilizar”, conta.

    “Eu digo que contrato o sorriso e treino a técnica.”

    “Porque eu não coloco o sorriso no nosso funcionário às 6h da manhã, isso vem da alma, do coração. O que tenho de fazer é promover esse ambiente para que ele se sinta de fato respeitado, acolhido, ouvido. Assim ele coloca o que traz com ele no atendimento ao nosso paciente”, afirma.

    “Nós cuidamos das nossas pessoas para que elas cuidem do nosso negócio. Esse é o segredo do Sabin. A tecnologia é uma ferramenta poderosíssima, mas será sempre meio. O começo e o fim são as pessoas”, diz a presidente executiva da empresa.

    Também há de se destacar o programa de diversidade e inclusão do Grupo Sabin, que foi formatado em 2018, mas já vem de longa data no DNA da empresa. Só na questão de gênero, 77% dos profissionais são mulheres – e elas ocupam 74% dos cargos de liderança.

    “No setor de saúde, é até comum você ter uma maioria de mulheres, mas quando olha para lideranças, fica em 20 ou 30%”, comenta Lídia.

    Os pilares do grupo incluem também raça, orientação sexual, deficiências e idade – inclusive orientando o processo seletivo de contratações.

    “A empresa sempre teve preocupação com esses temas. Diversidade e inclusão trazem criatividade, novas ideias, opiniões.”

    Lídia lembra: o Grupo Sabin é uma empresa fundada por duas mulheres e tem uma presidente mulher. “Então tudo sempre aconteceu de forma muito natural. Quando vejo que tem uma área com pouco índice de mulheres, já oriento no processo seletivo que para trazerem uma mulher para lá. Ou pode ser o inverso, orientando para a contratação de um homem”, expõe a CEO do grupo.

    Quem entra para o Grupo Sabin sabe desde o começo o que pensa a empresa. Foi criado um guia de bolso com 23 mandamentos do que é o “Jeito Sabin”, expondo quais são as melhores práticas.

    “São princípios como: siga sempre a verdade, você não vai precisar se lembrar de nada; seja completo; tenha sempre um objetivo em mente; se tiver uma ideia, coloque em prática; seja feliz, mantenha sempre o bom humor e uma atitude positiva; trate pessoas como pessoas, você é uma delas; procure criar relações de transparência; entenda cada pessoa por inteiro; não tenha medo de errar, tenha medo de não corrigir nem aprender com seus erros…”, relaciona Lídia.

    Só que entrar no Grupo Sabin não significa que o profissional garantiu um emprego pelo resto da vida. Há desligamentos, é claro. Mas procura-se sempre tratar disso da maneira mais transparente e menos traumática possível.

    Lídia explica: “Se alguém infringe nosso código ou não entrega o que esperamos, ele tem que saber. Qualquer pessoa que você vá desligar no Sabin não pode ser surpreendida. Já tem que saber por que está sendo desligada. Sempre, claro, com verdade, empatia, amor e respeito.”

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