• Por dentro das caixas que transportam vacinas da Pfizer a baixíssimas temperaturas

    David Bueno, CEO da Shield Company
    David Bueno, CEO da Shield Company. (Foto: Divulgação)
    Jose Renato Junior | 29 jul 2022

    Foi no dia 29 de abril que o Brasil recebeu a primeira remessa das vacinas contra o novo coronavírus criada pela farmacêutica Pfizer. Antes das doses chegarem por aqui, a mídia especializada discutia como essas vacinas seriam transportadas pelo país, com necessidade de resfriamento a -70 ºC para manter sua eficácia por um período de tempo estendido.

    Foi aí que entrou em cena a healthtech Shield Company com uma tecnologia capaz de manter as vacinas estáveis nesse ambiente extremamente gelado.

    “Nossa solução já foi usada no transporte de cerca de 50 milhões de doses”, conta David Bueno, CEO da Shield Company.

    100% reciclável

    Chamada de Shield Box, a caixa de armazenamento das vacinas foi criada com componentes selecionados para manter a estabilidade e a refrigeração da embalagem, como a fibra de carbono e o PCM (painéis refrigerantes de alta performance). 

    “Esses materiais alcançam uma qualificação superior a 96 horas chegando até 200 horas, em condições climáticas extremas. Além disso, a embalagem tecnológica conta com um sistema que mede temperatura, umidade, geolocalização e identifica se houve queda ou abertura das caixas”, conta Bueno.

    Ainda de acordo com o CEO, a caixa também pode ser usada para carregar medicamentos, órgãos, entre outros materiais. “Além disso, a Shield Box é reutilizável por até 4 anos e 100% reciclável”, completa.

    Reforço para suportar temperatura extrema

    Para os imunizantes da Pfizer, Bueno conta que foi necessário incluir uma terceira camada à embalagem, feita de material resistente ao contato com gelo seco, e que garantisse que a temperatura se mantivesse por um longo período. 

    Com uma tecnologia capaz de resistir a grandes oscilações de temperaturas, longos deslocamentos e assegurar a qualidade de medicamentos e vacinas com diferentes restrições técnicas, o recipiente é indicado para regiões que apresentem a falta de equipamentos ou de condições adequadas para transporte e armazenamento dos itens.

    Tudo monitorado 

    Além das embalagens, a healthtech também foi a responsável pela gestão do processo de distribuição e rastreio das vacinas da Pfizer contra covid-19 por meio da solução Shield 360 Vision. “É uma plataforma dinâmica e modular que integra de forma inteligente os principais processos da cadeia de produtos, serviços de saúde e seus pacientes”, explica Bueno.

    Com o Shield 360 Vision, o cliente, seja ele da indústria farmacêutica ou de outro setor, pode acompanhar o estoque de medicações e suprimentos em tempo real, além das entradas e saídas dos materiais, necessidade de reposição e rastreio de envios até a entrega nas mãos dos pacientes. 

    “A plataforma é uma solução para evitar a falta de imunizantes, medicamentos e outros produtos da área de saúde, contribuindo para que o paciente continue o tratamento e garantindo uma entrega sem atrasos”, afirma Bueno.

    Como a tecnologia funciona?

    Cada Shield Box é rastreada e monitorada em tempo real. O trabalho é feito pelos dataloggers, equipamentos de telemetria que identificam a temperatura das caixas, as intervenções ocorridas no transporte, a abertura das caixas e se houve danos causados por choques. As informações são colhidas e enviadas para uma nuvem de dados acessível para os clientes.

    Já na parte de estoque, no momento em que uma Shield Box é retirada, a plataforma dá uma baixa no sistema como se fosse um bip de supermercado. E, a partir daí, essa movimentação é sistematizada e também vai para nuvem.

    “Se o estoque de um determinado produto está baixo, por exemplo, é necessário um alerta de recompra ou então uma reposição automática de estoque”, conta Bueno.

    Dados promissores

    Entre 2020 e 2021, a companhia teve mais de 100% de crescimento. E o ritmo segue acelerado: até julho de 2022, a Shield Company disponibilizou 700 embalagens dedicadas ao deslocamento de vacinas, além de 50 minicontêineres para a mesma finalidade. 

    “Temos investido massivamente em desenvolvimento, produção e atualização de portifólio. Tudo isso para continuar ajudando a indústria de medicamentos, clinicas e profissionais da saúde a obter ganho de performance e informações em tempo real nos processos que suportam a prevenção e o tratamento dos pacientes”, finaliza Bueno.

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