Para a maioria dos profissionais da saúde, acompanhar os pacientes fora das estruturas do hospital depois de uma cirurgia é uma tarefa complexa.
Afinal de contas, é preciso uma equipe dedicada para entrar em contato, muitas vezes diariamente, com os pacientes, a fim de saber como estão os dias pós-alta hospitalar.
E para facilitar e contribuir com o monitoramento desses pacientes, além de facilitar a mensuração da qualidade do serviço prestado, a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, decidiu implementar o serviço de assistente virtual no pós-alta.
Chamada de AVB, a tecnologia, vendida pela Ptech MedTech Solutions, funciona por meio de um chatbot – robô de conversa. O cofundador da Ptech MedTech Solutions, Euro Palomba, descreve:
“A inteligência artificial do sistema reconhece a escrita do paciente e é capaz de receber uma mensagem de áudio, interpretá-la e tomar suas devidas ações. Ela também faz análise de imagens e de fotos para gerar informações relevantes ao corpo clínico.”
Além disso, a AVB, que funciona 24 horas por dia durante os 7 dias da semana, interage com o paciente proativamente, informando-o sobre questões importantes, como não esquecer de tomar a medicação e sobre sintomas que devem ser observados no período do pós-alta.
De acordo com Palomba, todas as informações são criptografadas e armazenadas em prontuário eletrônico, seguindo padrões internacionais de informação.
Aliás, o monitoramento é voluntário. Ou seja, o paciente é quem decide se participa ou não dessa interação virtual. A diretora-executiva de Tecnologia e Inovação da BP, Lilian Quintal Hoffmann, comenta:
“Recebemos diversas startups para apresentar seus assistentes virtuais e a Ptech demonstrou capacidade tecnológica, comprometimento e um propósito genuíno de transformação de saúde e entrega de valor para os clientes. Foi assim que estabelecemos a parceria.”
Ainda de acordo com Hoffmann, esse serviço de telemonitoramento tem um forte papel educacional e de engajamento do paciente na promoção do seu autocuidado.
“A tecnologia oferece uma comunicação personalizada com os pacientes no momento certo e com a orientação técnica mais adequada. Podemos, inclusive, indicar o que é mais apropriado para as necessidades do paciente, como por exemplo, buscar o pronto atendimento da BP ou orientá-lo a conversar com a equipe multidisciplinar e com o médico que o acompanha”, afirma a diretora.
A equipe médica pode, inclusive, realizar alterações de processos, promover programas de capacitação da equipe, além de implementar novas soluções preventivas. Tudo isso com a ajuda da Assistente Virtual da BP.
No início, a AVB acompanhava pacientes com tromboembolismo venoso e aqueles submetidos à cirurgia bariátrica.
“Pelo histórico de inovação da BP e também de excelência nas práticas de prevenção do tromboembolismo venoso e no cuidado envolvendo as cirurgias ortopédicas complexas, percebemos a oportunidade de acompanhar estes pacientes pela farmácia clínica da BP via Assistente Virtual”, argumenta Hoffmann.
Para monitorar a ocorrência de infecções para cirurgia bariátrica, a diretora-executiva conta que a escolha pela assistente virtual também ocorreu em razão da alta qualidade que o hospital oferece neste tipo de procedimento.
Atualmente, a tecnologia está conectada ao WhatsApp, o que permite que qualquer pessoa que utiliza a plataforma possa interagir e ser acompanhado pela AVB.
E não são apenas os pacientes que saem ganhando com a implantação da tecnologia: os profissionais da saúde e o hospital também.
Afinal de contas, um dos papéis da nova assistente virtual é aproximar especialistas dos pacientes que apresentam maior demanda de cuidado, focando em situações de emergência e focando atenção aos que necessitam de cuidado individualizado.
“A assistente virtual é muito valiosa, uma vez que torna o acompanhamento mais célere, seguro e produtivo. Com ela, podemos monitorar mais pacientes, com menos profissionais de saúde, utilizando meios de comunicação que são acessíveis aos clientes”, aponta Hoffmann.
Já para a BP, a diretora-executiva afirma que a tecnologia vai contribuir para mensurar a qualidade do serviço prestado aos pacientes.
“Durante um período de testes, acompanhamos de 60 pacientes no pós-alta, simultaneamente. Neste tempo, houve redução de demanda da equipe de saúde e maior assertividade com os casos complexos, tudo de acordo com os alertas enviados pelos pacientes via plataforma”, comemora a diretora.
Para Lilian Hoffmann, em um futuro próximo é esperado que a plataforma seja ampliada para outras especialidades.
“Com a AVB, poderemos melhorar o desfecho clínico dos pacientes pós-cirúrgicos, a adesão medicamentosa, o uso racional dos anticoagulantes e a prevenção de reações adversas. Além disso, queremos melhorar a detecção de problemas que ocorrem com pacientes no pós-alta, como infecções, e atuar na prevenção deles. São muitos ganhos possíveis”, conclui a diretora-executiva da BP.