• Menor robô cirúrgico já criado, Versius chega ao Brasil este ano prometendo democratizar acesso à tecnologia

    Apenas 0,5% das cirurgias no país são feitas com robôs – e por isso mesmo eles têm potencial para revolucionar o mercado, afirma Marcio Coelho, head da operação da CMR Surgical, empresa que lança o aparelho aqui.
    Jose Renato Junior | 12 fev 2021

    Você entra em uma sala cirúrgica e é apresentado àquele que irá auxiliar a execução do seu procedimento: um robô. Sua reação seria de surpresa? Pois, ao que tudo indica, essa situação se tornará cada vez mais comum. 

    A cirurgia robótica assistida promete crescer de forma exponencial no mundo todo. De acordo com a Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores, esse segmento deve atingir a marca de US$ 12,6 bilhões globalmente em 2026. 

    Mais de 30 mil operações cujo coprotagonista foi uma máquina já aconteceram aqui no Brasil. O número, no entanto, ainda é irrisório perto da quantidade de procedimentos convencionais. 

    “Enquanto a cirurgia robótica representa cerca de 5% das cirurgias mundiais, no Brasil esse índice é estimado em apenas 0,5%. Assim, existe um grande potencial para o desenvolvimento desse mercado”, afirma Marcio Coelho, Head of Operations na América Latina da CMR Surgical

    Por isso mesmo, a empresa de dispositivos médicos, que tem sede no Reino Unido, começou no ano passado suas operações para trazer ao Brasil um robô cirúrgico chamado Versius – anunciado como o “menor robô cirúrgico do mundo”. 

    BRASIL: UM PAÍS COM REPRESENTATIVIDADE NO MEIO MÉDICO

    Marcio Coelho, Head of Operations na América Latina da CMR Surgical

    “Chile e Brasil são mercados estratégicos na América Latina com grande potencial e representatividade mundial no meio médico-científico, inclusive com grandes nomes na cirurgia robótica mundial”, diz ele. 

    “Com o Versius, queremos democratizar o acesso de pacientes, médicos cirurgiões e hospitais à cirurgia robótica, oferecendo um produto com custo mais acessível e tecnologia de ponta.” 

    Além disso, diz o executivo, esse novo robô é compacto, modular e móvel, podendo ser transportado para diferentes salas dentro do centro cirúrgico, adaptando-se à necessidade do paciente, do médico e do hospital. 

    “Versius representa uma revolução tecnológica no mercado de cirurgia roboticamente assistida”, afirma Marcio. 

    A expectativa é que o robô de última geração chegue no Brasil até o fim deste ano, mas isso dependerá do processo de regulação. “Estamos confiantes de que Versius permitirá o maior acesso à cirurgia roboticamente assistida no Brasil, uma vez que oferecemos modelos flexíveis para aquisição do sistema, sem a necessidade de investimento de grande capital”, diz Marcio. 

    “Versius quebra barreiras e democratiza o acesso aos benefícios da cirurgia roboticamente assistida para milhões de pacientes, médicos cirurgiões e suas equipes, assim como hospitais do Brasil e todo o mundo.”

    O equipamento, afirma a CMR, vem sendo usado com sucesso em cirurgias para diversas especialidades, como colorretais, gastrointestinais, ginecológicas, hérnias, urológicas, além de cirurgia geral. Importantes hospitais do mundo já contam com um, como alguns do NHS (National Health Service), no Reino Unido e a Clinique du Parc e o Argenteuil Hospital, na França.

    MENOS RISCOS DE INFECÇÃO E PÓS-OPERATÓRIO MAIS CONFORTÁVEL

    O Versius: menor robô cirúrgico do mundo

    Mas, afinal, quais são as vantagens da cirurgia robótica?

    Dentre os grandes benefícios da utilização de robôs nos procedimentos cirúrgicos estão a redução de risco de infecções, cortes menores, recuperação mais rápida no pós-operatório e menor tempo de permanência hospitalar. 

    O robô também possibilita maior precisão, já que a visualização é feita no monitor em 3D HD. “Outra vantagem do Versius é que ele reduz a curva de aprendizagem para os cirurgiões interessados em realizar a cirurgia minimamente invasiva”, afirma o head. 

    Saiba mais sobre cirurgia robótica nesta entrevista com o coordenador do Centro de Robótica do Hospital Oswaldo Cruz

    “Na laparoscopia convencional, por exemplo, o médico cirurgião precisa aprender a realizar o movimento reverso para conduzir a cirurgia, enquanto com o robô cirúrgico esse problema é eliminado”, diz.

    “Vale destacar que, até o momento, mais de mil casos clínicos foram concluídos com o novo robô cirúrgico Versius em todo o mundo.”

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