Em 2040, a perspectiva é que, em todo mundo, surjam 28,4 milhões de novos casos de câncer, um aumento de aproximadamente 47% em relação a 2020, de acordo com o estudo Global Cancer Statistics feito em 185 países.
Segundo o levantamento, isso é reflexo do crescimento e envelhecimento populacional e do aumento da prevalência de fatores de risco.
Fica claro que a adoção de medidas de prevenção e diagnóstico precoce e a alocação de recursos para tratamentos adequados são essenciais para diminuir essa incidência.
A medicina de precisão – que une os dados já utilizados para diagnóstico e tratamento (sinais, sintomas, histórico pessoal e familiar, e exames complementares) ao perfil genético do indivíduo –, vem crescendo nos últimos anos e pode transformar o tratamento e diagnóstico de doenças.
O tema será abordado no Talks do Grupo Fleury “Como a medicina de precisão está revolucionando o diagnóstico e o tratamento de doenças”, que vai acontecer dia 28 de outubro, às 9h, no YouTube de Future Health (inscreva-se agora mesmo aqui).
O evento vai contar com a participação de três nomes de peso dessa área: dr. Edgar Rizzatti, diretor executivo médico, técnico e de negócios B2B do Grupo Fleury; dra. Anamaria Aranha Camargo, coordenadora do Centro de Oncologia Molecular e gerente de pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e dr. Antonio Carlos Buzaid, diretor médico geral de oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
No câncer, a medicina de precisão traz dois principais benefícios, segundo dr. Edgar Rizzatti.
O primeiro tem a ver com o entendimento da enfermidade como uma doença genética adquirida, o que abre margem para várias análises baseadas nos genes. O segundo é o tratamento propriamente dito, com uma abordagem muito mais individualizada e efetiva.
De acordo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), esses testes já orientam 80% da escolha terapêutica para diversos tipos de câncer.
“Muito do que conhecemos hoje sobre os mecanismos biológicos, as vias de sinalização molecular que temos em diferentes tipos de câncer, foram se transformando em potenciais alvos terapêuticos”, explica.
Segundo ele, é possível identificar, por exemplo, padrões de resistência a determinadas drogas, o que auxilia a conduta do médico.
“Para alguns tipos de tumores, a medicina de precisão é essencial para determinar o tratamento. Já existem testes genéticos para estabelecer algumas características do tumor, cujo resultado é usado para definir a conduta terapêutica”, completa a dra. Anamaria.
MAIS EFETIVIDADE NO TRATAMENTO
Entre os exames está o teste Oncotype DX, criado pela Exact Sciences Corporation, empresa de diagnóstico molecular especializada na detecção de cânceres em estágio inicial, parceira do Fleury.
Trata-se de um um exame genético realizado a partir de tecido tumoral que indica o benefício de cada paciente ao tratamento de quimioterapia e a chance de recorrência da doença em estágios iniciais.
Em um experimento feito pelo Fleury com o Hospital Pérola Byington, o teste permitiu que 80% das mulheres com câncer de mama em estágio inicial não precisassem ser tratadas com quimioterapia, por exemplo.
Mas a medicina de precisão pode ser usada em outros tipos de cânceres, como explica o dr. Antonio Buzaid.
“O de pulmão é o subtipo de câncer em que a medicina de precisão mais cresceu, mas há terapia-alvo para outros, como melanoma, mama e prostáta”, diz.
Inscreva-se agora no Grupo Fleury Talks aqui para ouvir o que esses três especialistas têm a dizer sobre medicina de precisão
Ele explica que está crescendo o número de tumores que, ao avaliar o gene que funciona como um driver gene, alterações moleculares que são consideradas condutoras e são capazes de guiar o comportamento clínico dos tumores, podem ser tratados com intervenções mais focadas e personalizadas.
Dr. Edgar cita outro exame que tem rendido muitos benefícios, o teste Oncofoco, iniciativa pioneira da América Latina que começou a ser usada entre 2015 e 2016 e está sendo aperfeiçoada por meio da parceria com a startup israelense Genome.
“Hoje o teste consegue avaliar simultaneamente em torno 420 genes que têm relevância na biologia dos tumores e identificar mais de 50 genes de fusão, quando um gene se quebra e se funde com outro, que são importantes para o tratamento de vários tipos de tumores”, explica.
De acordo com ele, esse teste identifica por meio de sequenciamento de DNA as alterações genéticas presentes no tecido tumoral e, com base nessas informações, é possível relacionar perfis de sensibilidade ou resistência a medicamentos utilizados no tratamento.
Para que isso aconteça, a tecnologia é essencial, como o uso massivo de análise de dados e bioinformática, e de algoritmos de machine learning e inteligência artificial.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Segundo a dra. Anamaria, em pessoas que já têm o histórico da doença na família, como em parentes de primeiro grau, os testes podem ajudar a identificar a síndrome genética de câncer, que indica uma predisposição a vários tipos de tumores.
“Eles podem identificar mutações que vão conferir o risco aumentado e, assim, permitir a adoção de medidas preventivas para identificar precocemente o tumor ou, até mesmo, evitá-lo”, explica.
Fora do Brasil, o National Health Service, sistema nacional de saúde britânico, realiza estudos para detectar por biópsia líquida mais de 50 tipos de câncer antes que os sintomas surjam.
“É a possibilidade de realizar uma testagem em pessoas que vão fazer check-up, por exemplo, e são assintomáticas”, explica Dr. Edgar.
Saiba mais sobre medicina de precisão no Grupo Fleury Talks, que acontece em 28 de outubro. Clique aqui e inscreva-se agora ou use o QR Code da imagem abaixo!