Em um mundo totalmente conectado e em plena pandemia, com informações sendo despejadas aos montes – além das redes sociais servindo de vitrine para exposição de corpos perfeitos –, não é de se estranhar que as pessoas estejam cada vez mais preocupadas com seus hábitos de saúde.
Cuidados com a alimentação e a prática de atividades físicas vêm fazendo parte cada vez mais da realidade de muita gente. Para se ter uma ideia, o mercado fitness deve atingir globalmente a receita de US$ 22,537 bilhões este ano, segundo uma pesquisa feita pela Statista, empresa alemã especializada em dados de consumo.
O maior segmento do mercado são os dispositivos vestíveis, ou wearables, que tem projeção de alcançar U$ 18,984 bi neste ano. De acordo com o IDC (International Data Corporation), a estimativa de crescimento do mercado de wearables é de 15%, apesar do cenário de retração da economia devido à pandemia.
Dando uma rápida olhada nesses números, não fica difícil compreender por que o gigante Google decidiu investir pesado nesse mercado, desembolsando US$ 2,1 bilhões na compra da empresa Fitbit, grande player no mercado de pulseiras e relógios inteligentes.
Apesar de já contar com aplicativos como Google Fit e o Wear OS, o Google não tinha seu próprio hardware. Além disso, a Fitbit traz consigo mais de 28 milhões de usuários, que podem agregar muitas informações ao Wear OS. Outra vantagem da Fitbit em relação aos concorrentes Apple e Samsung é a autonomia da bateria, que pode chegar a 6 dias, dependendo do modelo do aparelho.
No entanto, a aquisição da Fitbit pelo Google gerou uma preocupação no que diz respeito ao sigilo dos dados dos usuários e levou reguladores antitruste da União Europeia, Estados Unidos, Brasil e outras jurisdições a investigar a fusão bilionária.
A preocupação é que a empresa use os dados da Fitbit, somado aos que já possui, para aumentar seu domínio inclusive em outros segmentos – e também se utilize disso para vendas de publicidade. A investigação deve prosseguir até janeiro de 2021 e pode aprovar, bloquear ou ainda impor concessões para o fechamento do negócio.
USO NO COMBATE À COVID-19
Outro uso recente do dispositivo Fitbit, assim como wearables de outras marcas, é em pesquisas para auxiliar na detecção precoce do coronavírus. Estudiosos da Universidade de Medicina de Stanford, na Califórnia, estão à frente de um estudo envolvendo 5 mil pessoas que fazem uso dos vestíveis.
Trinta e uma delas testaram positivo para Covid-19 e, em todos os casos, os dados coletados indicaram infecção cerca de três dias antes do surgimento dos primeiros sintomas. Informações como frequência cardíaca, respiratória e outros indicadores alertaram para o início da doença.
A Fitbit também está realizando sua própria pesquisa para entender como seus acessórios podem ajudar a reconhecer os primeiros sinais da Covid-19, com a participação de 100 mil voluntários, incluindo 12 mil pessoas testadas positivamente com o vírus.
Veja no infográfico abaixo as diversas funcionalidades deste wearable: