• Hospitais e clínicas devem ampliar investimentos em IA em 2025

    Frederico de Souza, cofundador e CEO da Botdesigner (Foto: Divulgação)
    Frederico de Souza, cofundador e CEO da Botdesigner (Foto: Divulgação)
    Jose Renato Junior | 2 jan 2025

    *por Frederico de Souza

    Especular tendências para 2025 no setor de tecnologia é uma tarefa injusta. Isso porque, cada vez mais, a aplicação do conceito de inovação exige uma evolução diária por parte de qualquer nova solução digital que, em questão de meses, pode não ser mais considerada “nova”.

    O exemplo mais óbvio, atualmente, é o da Inteligência Artificial (IA), que está presente em incontáveis ferramentas utilizadas por gestores em diferentes áreas. Não podemos mais tratar a IA como grande novidade, visto que sua popularização nos últimos anos alcançou desde as pequenas até as grandes empresas. Porém, à medida que novas demandas e perspectivas surgem, ela vai se aprimorando.

    Para este 2025, portanto, o que observo é um movimento de consolidação da IA. 

    O foco deste artigo é relativo ao mercado de saúde, mais especificamente sobre processos de gestão em hospitais e clínicas, onde na minha visão há margem para a exploração eficaz dessas (nem tão) novas tecnologias.

    Mais do que em qualquer outro nicho, neste segmento o cuidado e atenção com a jornada dos clientes – ou pacientes – têm um peso ainda maior. Afinal, estamos falando de saúde e, portanto, facilitar entendimentos, diminuir tempo, entender as reais necessidades de quem procura o serviço, entre outras ações, tornam o processo menos desgastante para quem pode estar com as condições psicológicas e físicas comprometidas.

    Graças a avanços recentes, algoritmos inteligentes são amplamente utilizados para melhorar diagnósticos e personalizar tratamentos. Por meio da análise de grandes volumes de dados, a IA identifica padrões complexos que antes passavam despercebidos. Isso permite diagnósticos mais rápidos e precisos, além de intervenções adaptadas às necessidades individuais de cada paciente.

    A inteligência artificial também está transformando o monitoramento da saúde. 

    Com dispositivos inteligentes e wearables conectados, médicos podem acessar informações em tempo real, auxiliando na tomada de decisões mais assertivas. 

    Essa evolução não apenas aumenta a eficácia dos tratamentos, mas também reduz custos ao evitar erros médicos e tratamentos desnecessários.

    Por fim, o uso da inteligência artificial também eleva a qualidade dos atendimentos em larga escala. Em hospitais e clínicas, chatbots e assistentes virtuais utilizam IA para responder dúvidas, agendar consultas e oferecer suporte imediato, economizando tempo e aumentando a satisfação dos pacientes. 

    Aqui, podemos observar, talvez, o ponto de maior resistência por parte dos pacientes. Afinal, muitas pessoas não querem “conversar com um robô” por considerar as respostas genéricas demais ou com falta de empatia e objetividade. São detalhes que devem ser considerados, pois fazem com que as expectativas não sejam atendidas e tornam a interação com o usuário um pesadelo

    Porém, o que observamos é a adoção de modelos de linguagem mais avançados, que permitem interações mais naturais e personalizadas. Outro destaque, está na integração do atendimento por IA com prontuários eletrônicos e sistemas de telemedicina para maior eficiência.

    Exemplo dessa eficiência foi relatado recentemente, pelo Hospital de Olhos do Tocantins, inaugurado em 2018 e considerado o maior da região Norte do país nessa especialização. 

    A administração divulgou que, durante os seis primeiros meses deste ano, após a implantação de um chatbot integrado ao sistema de marcação e confirmação de procedimentos, foi possível atingir a meta de 41% de todos os atendimentos convertidos em consultas via WhatsApp, sem intervenção humana. 

    Essa estratégia ampliou a taxa de retenção de clientes em atendimentos que, antes, eram abandonados durante os primeiros contatos, quando respondidos por humanos.

    Fica claro que os gestores que consertarem essas falhas não só vão contribuir para a redução da resistência que as pessoas têm à tecnologia como tornarão o processo mais fluido, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

    *Frederico de Souza é cofundador e CEO da Botdesigner, healthtech especializada no desenvolvimento de soluções de Chatbots Omnichannel para o setor de saúde.

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