• Empresa de cuidadores domiciliares de idosos, Said Rio cresce oferecendo também serviços multidisciplinares

    Daniela Jones, CEO da Said Rio
    Jose Renato Junior | 23 jul 2021

    Todos sabemos, porque isso acontece ao nosso redor e conosco mesmo dia após dia: a população brasileira está envelhecendo. 

    Como a projeção para o futuro é a de que teremos mais idosos do que jovens, muitas oportunidades surgem tendo a longevidade como foco. Em 2018, por exemplo, dados do Ministério do Trabalho mostravam que naquele ano o número de cuidadores de idosos havia crescido 547%

    Neste ano, essa procura aumentou ainda mais. E quem vem cada vez mais surfando bem essa onda é a Said Rio. Fundada em 2007, a empresa nasceu com o objetivo dar total assistência às pessoas acima dos 60 anos e a seus familiares – em suas próprias casas. 

    Neta ela própria de uma cuidadora de idosos, Daniela Jones é a idealizadora do negócio, ao lado de seu sócio Luiz Claudio Fernandes. 

    A Said hoje conta com 900 cuidadores em serviço e está expandindo seus serviços para, além do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, a região serrana fluminense. Os cerca de 350 pacientes devem saltar para 450 até o fim do ano – e totalizar um crescimento de 20% comparado a 2020.  

    HISTÓRIA DE CUIDADOS COM IDOSOS VEM DE FAMÍLIA

    “Cerca de 40 anos atrás, minha avó trabalhava como cuidadora de idosos. E, meu pai, com uma visão empreendedora, notou que as famílias dos pacientes tinham uma grande dificuldade em contratar profissionais para a área”, lembra Daniela. 

    O pai então resolveu criar uma empresa de cuidadores chamada SED. “Mas a sociedade não deu muito certo, e a companhia acabou ficando somente com minha avó”, diz a empreendedora.

    Nessa época, quando a avó fazia alguma viagem ou tinha que se ausentar da empresa, Daniela é que tomava conta dos processos e conversas com as famílias dos idosos. 

    “Eu ficava bem animada quando fechava um atendimento. Ligava para as cuidadoras, que antigamente eram chamadas de acompanhantes, e percebia a felicidade delas por terem conseguido um emprego. Ouvi-las agradecendo era extremamente gratificante”, conta. 

    A empresa, no entanto, acabou tendo que fechar as portas. Daniela, que cursou administração, foi explorar novos horizontes. O problema é que faltava alguma coisa. 

    “Nunca gostei de trabalhar para os outros. Na verdade, sempre quis ter minha empresa”, diz. E foi, então, que ela resolveu usar os ensinamentos da avó para criar a Said Rio.

    RECURSOS PRÓPRIOS E DOIS ANOS SEM LUCRO

    A empresa foi fundada sem nenhuma ajuda financeira externa. Os recursos vieram da própria CEO e de seu sócio. 

    “No início, recebíamos as cuidadoras no quarto de hóspedes da minha casa, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, e o atendimento aos clientes era pelo telefone fixo da casa”, conta. 

    “Foram dois anos sem ver lucros financeiros e com muitos investimentos no marketing.”

    Conforme o tempo foi passando, a Said Rio começou a se estruturar e ganhar uma carteira de clientes que não parava de crescer. Daniela e o sócio conseguiram alugar o primeiro escritório poucos anos depois. Atualmente, a sede da empresa fica na Barra da Tijuca, no Rio.

    Um dos diferenciais da Said é contar com uma equipe multidisciplinar. “Contamos com profissionais qualificados que prestam diversos serviços exclusivos para a maior comodidade e bem-estar dos nossos clientes”, explica a CEO.

    “Temos desde atendimento médico e enfermagem, passando pelo acompanhamento domiciliar, serviço de monitoramento e outras funções.”

    A equipe multidisciplinar conta ainda com especialistas como fonoaudiólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. “Hoje temos também uma ambulância, um carro adaptado e sistemas de câmeras”, afirma a CEO. 

    EFEITOS PANDÊMICOS E VISÃO PRO FUTURO

    No ano passado, com a chegada do coronavírus no Brasil, a Said Rio passou por um momento difícil. “Não conseguimos ter crescimento, mas, por outro lado, não demitimos nenhum colaborador”, comemora Daniela. 

    Neste cenário mais promissor de 2021, a CEO conta que foram tomadas todas as medidas de proteção contra a Covid em relação aos serviços oferecidos, como distribuição de álcool em gel e uso máscaras, tanto para os colaboradores quanto para os pacientes. 

    “Seguimos todo um protocolo de segurança, e cerca de 98% de nossas cuidadoras foram vacinadas”, conta.

    “Pretendemos, em 2021, também ter mais colaboradoras e cuidadores. Já adquirimos um outro carro adaptado para oferecer mais conforto para os nossos pacientes.”

    Cada contrato novo assinado com a Said é transformado em uma ação de responsabilidade social: uma cesta básica é doada para a população carente do Maranhão por intermédio do Instituto Gota D’Água, criado há quatro anos também por Daniela.

    Além de financiar o Instituto, a Said também apoia outras duas ONGs – uma delas é a Fundação Abrinq.

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