• Como o Centro de Comando da GE Healthcare pode reduzir tempo de espera e aumentar atendimentos em hospitais

    Centro de Comando da GE Healthcare, em foto tirada antes da pandemia
    Jose Renato Junior | 25 out 2021

    Como um hospital, com a mesma infraestrutura, pode atender 30% mais pessoas e reduzir em um terço o tempo de espera dos pacientes? Como a antiga propaganda pregava, não é magia – é tecnologia.

    De acordo com Thiago Galan, líder da área de tecnologia da GE Healthcare, chamada One Digital, uma solução oferecida desde agosto pela empresa é capaz disso, além de várias outras coisas: o Centro de Comando. 

    Ele está para um hospital assim como uma torre de controle está para um aeroporto. De uma sala equipada com tecnologias e equipamentos GE Healthcare, médicos, enfermeiros e corpo administrativo são capazes de controlar a situação dos pacientes, com acesso aos exames e diagnósticos em tempo real.

    O centro também possibilita a visualização de da capacidade de atendimento de cada ala do centro de saúde, o movimento de entrada e saída dos leitos, número e disponibilidade de leitos e equipamentos. 

    Monitorando o paciente desde a sua entrada na unidade de saúde até a sua alta, o software não apenas diminui o tempo que o paciente permanece no hospital esperando a consulta ou o resultado de exame – ele também diminui risco de morte ao acompanhar o plano de cuidado do paciente 24 horas, mostrando alertas em tempo real.

    “Podemos compreender o Centro de Comando como uma peça-chave para uma melhor gestão operacional e um processo de tomada de decisão pautada em dados”, diz Thiago. 

    Thiago Galan, o líder de One Digital da GE Healthcare

    O GRANDE DESAFIO DOS HOSPITAIS: A INTEROPERABILIDADE

    Segundo o líder da área digital da GE, tudo o que um hospital e um centro de saúde hoje não precisam é de um novo sistema de gestão ERP.  “A interoperabilidade, a integração dos sistemas é um grande desafio”, ele diz. 

    “O Centro de Comando é um alívio para essa dor muito forte. É como se disséssemos: reconhecemos todos os sistemas que você tem hoje e integramos tudo isso para você.”

    A visão que o sistema traz é em tempo real. “Não é um ‘near real time’, é de fato um ‘real time’: não há delay entre o início da informação e o fluxo dela até que chegue à tela do clínico, do radiologista.”

    Instalada desde 2016 no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, a solução foi, segundo Thiago, responsável por mais agilidade e eficácia no atendimento. 

    “Existe no mercado uma fadiga de termos ‘centro de comando’, mas cujas instalações não oferecem gestão em tempo real, e sim quando o problema já se instaurou”, afirma. 

    “Elas trazem uma análise de indicadores olhando pelo retrovisor, quando o paciente já teve um infarto agudo do miocárdio, o paciente já teve um efeito colateral provocado por uma posologia indevida de um medicamento, o hospital já teve uma ocupação acima de 80%.”

    A solução da GE Healthcare, ao contrário, traz capacidade preditiva, com a possibilidade de se monitorar indicadores como ocupação dos leitos, situação clínica dos pacientes e até agenda do centro cirúrgico.

    “O Centro de Comando é o principal remédio para que a gente realmente possa fazer healthcare no setor, porque a gente tem feito ‘sick care’.”

    Para o líder do One Digital, a solução era uma demanda dos clientes. “Eles querem saber se o paciente que está transitando do ponto A ao ponto B de fato chegou ao destino”, diz. 

    É aqui que entra a interoperabilidade de que Thiago fala. “O que existe hoje é um radiologista apertando o refresh do sistema para ver se chega o exame, o laudo”, explica. 

    “Enquanto isso, o paciente espera por duas horas e meia o resultado de um exame que saiu há 60 minutos.” Quando existe a conectividade entre os equipamentos, a rastreabilidade do paciente acontece mais eficientemente.

    CONSULTORIA PRECEDE O CENTRO – E JÁ TRAZ SOLUÇÕES

    O líder do One Digital conta que o Brasil foi escolhido para ser o primeiro país da América Latina para onde a tecnologia veio por causa da maturidade digital que existe por aqui. 

    “Dentro de um hospital existe um sistema-mãe, o HIS, Hospital Information System”, explica Thiago Galan. 

    “Em uma região ou um país em que a grande parte das unidades hospitalares ainda fazem processos baseados em papel, com prontuários, prescrições assim, não é possível extrair dado, porque ele está num formato não estruturado”, continua. 

    “Ao olhar para América Latina, nossa prioridade foi a região que conta com maturidade digital, ou seja, que minimamente tenha um HIS instalado, para que a partir dele a gente pudesse extrair informação e começar a montar os painéis de gestão.” Isso explica por que primeiro o Brasil. 

    Antes de instalar o Centro de Comando, a GE Healthcare faz um projeto de consultoria em seu cliente. 

    “Ela começa com uma visão diagnóstica que olha as instalações, a planta física, o croqui hospitalar para visualizar coisas como: de que forma é possível reduzir o tempo de atendimento do paciente?”

    Segundo Thiago, essas respostas passam por coisas aparentemente tão simples como a distância que o paciente percorre da sala de espera até onde está instalado o equipamento de diagnóstico.

    “Já nos deparamos com situações em que o paciente aguardava no térreo enquanto a máquina de ressonância magnética era no quinto andar, na torre B”, conta ele. “Você já consegue entregar resultado, eficiência clínica e operacional se mudar o layout e deixar a sala de espera mais perto da máquina, por exemplo.”

    O projeto de consultoria traz, segundo o executivo, “maturidade para as provedoras de saúde, para que gradualmente elas possam alcançar o estado da arte, que é o Centro de Comando”.

    AJUDA NA PANDEMIA: 35% MAIS CAPACIDADE DE ATENDIMENTO

    A pandemia de Covid-19, todos acompanhamos nas notícias, representou um grande desafio para os hospitais do país e do mundo, que ficaram com seus leitos comuns e com os de UTI lotados.

    “Muitos pacientes tiveram um longo tempo de espera para serem atendidos ou para confirmação de transferência de um hospital para o  outro, até que se comprovasse a vacância de um leito”, conta Thiago.

    “Entregamos, no Sul do país, com projetos de consultoria, 35% mais capacidade de atendimento e de receptividade de novos pacientes vindos de outras unidades”, afirma.

    “E isso sem que fosse preciso comprar novos leitos, construir novas salas ou dedicar novos espaços.”

    Segundo ele, isso foi essencial durante a pandemia, que teve um início abrupto e com casos que evoluíram exponencialmente em muito pouco tempo. 

    “Esses projetos permitiram aumentar a capacidade de um local cujo centro cirúrgico já havia sido convertido inteiro para leitos Covid e que estava estafado, no limite.” 

    O Centro de Comando também permite aumentar o número de cirurgias, por exemplo, feitas pelo mesmo corpo clínico. “Como? Através de uma gestão bastante apurada do tempo de espera do paciente, do tempo de internação, do tempo para alta”, diz.

    “Se você tem o dado em sua mão, a tomada de decisão é feita de uma maneira rápida, o que permite até dobrar o número de cirurgias que se faz no mês com a mesma capacidade que já existe.”

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