Os médicos estão percebendo a necessidade de conhecer mais sobre saúde LGBTQIAP+. Desconhecer especificidades de uma a cada 10 pessoas que passam pelo consultório é algo que vem fazendo alguns médicos se atualizar.
Quem descreve esse cenário é o médico psiquiatra e psicodramatista Saulo Ciasca, que também é professor de saúde LGBTQIAP+ na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Em uma entrevista para FUTURE HEALTH, em abril de 2021, Saulo comenta como descobriu que a população LGBTQIAP+ tinha questões de saúde específicas – e que elas precisam ser abordadas por todos os profissionais que atuam na saúde.
“Ao começar a estudar a comunidade, descobri que, sim, havia questões de saúde, e não apenas relacionadas aos gays, mas a todo o público LGBTQIAP+. Então, me aprofundei nisso, até porque acredito que todos os médicos têm a obrigação de conhecer e saber atender essa população.”
Quando tornou-se professor, Saulo passou a abordar essas questões em sala de aula, despertando o interesse de alunos e diretores. A partir daí, foi convidado para elaborar cursos eletivos em algumas faculdades e, mais tarde, escreveu, ao lado de outros dois profissionais, o livro “Saúde LGBTQIA+: Práticas de cuidado transdisciplinar”.
Por esse breve histórico, Saulo foi convidado, no mês de aniversário de FUTURE HEALTH, para conversar novamente conosco. Só que dessa vez, ele terá a companhia de Luiz Valério, coordenador da Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBT em Pernambuco e Raphaela Fini, assistente social, mulher trans, técnica do projeto Prep 1519 para jovens LGBTI da FMUSP.
No evento, que será transmitido no Youtube de FUTURE HEALTH, os participantes irão compartilhar suas vivências sobre o tema – como especialistas e como pacientes.
Quem mediará a conversa é Tiago Jokura, editor de FUTURE HEALTH.
A ideia é trazer a saúde LGBTQIAP+ para a roda, além de desmistificar alguns falsos sensos comuns sobre o tema, como este que Saulo descreve a seguir:
“Tem um estudo importante, feito com profissionais da saúde e pacientes. Para os médicos, foi perguntado qual a porcentagem de pacientes que eles achavam que se incomodariam se lhes fosse perguntado na anamnese a respeito de identidade de gênero e orientação sexual. A resposta deles foi 70%”, relata o psiquiatra.
“Para os pacientes, a pergunta foi: ‘Você se incomodaria se o médico perguntasse sobre a sua identidade de gênero e orientação sexual?”. Só 3% disseram que sim.”
Quer conhecer características e demandas de saúde específicas de pessoas LGBTQIAP+? E quer ouvir histórias e vivências de profissionais com o tema – como especialistas e como pacientes?
É só se inscrever para o FUTURE HEALTH TALKS: “Saúde LGBTQIAP+: como as questões específicas desse público vão transformar o setor de saúde”, que acontecerá dia 18/10 (terça-feira), às 17h.
Queremos lhe convidar para esse papo ao vivo com a gente.
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