A cena parece saída de um filme futurista: o paciente chega à farmácia e entrega sua receita ao farmacêutico ou ao atendente da loja, que adiciona os dados ao sistema.
Atrás do balcão, quem faz a leitura do pedido e vasculha a prateleira é um robô, que coleta o medicamento por meio de um braço automático.
O nome da máquina é BD Rowa, desenvolvido pela companhia americana BD – uma das maiores do mundo em tecnologia médica.
O robô já está em operação em mais de 53 países, em 11 mil pontos de venda – 100 deles, na América Latina.
No Brasil, são cinco estabelecimentos atendidos, entre farmácias e hospitais, e a empresa planeja ampliar este número para nove até setembro de 2022.
Apesar de não ser um desafio novo – a oportunidade já tinha sido mapeada pela BD em toda América Latina e em especial no Brasil –, a necessidade de agilizar os processos operacionais das farmácias, que são essencialmente manuais, ficou mais evidente com a pandemia de Covid-19.
Afinal, ao mesmo tempo em que a atenção personalizada ao cliente final se torna diferencial – e, em hospitais, a prioridade é o atendimento clínico –, foi nesse período que as farmácias registraram aumento em vendas online e serviços de entrega em domicílio. Nesse contexto, os farmacêuticos viram seu tempo no balcão diminuir por causa de tarefas adicionais, como a realização de testes para detectar do vírus e aplicação de vacinas.
Flávia Contin, líder de Medication Management Solutions na BD Brasil, comenta:
“De forma simples, o robô traz eficiência aos processos operacionais da farmácia, porque, graças à inteligência artificial e à integração com o sistema da loja, ele registra recebimento, armazenamento, dispensação e controle de produtos e os separa de acordo com nome, prazo de validade, volume e até mesmo dosagem receitada ao paciente.”
Com todo esse desempenho de atendimento e de logística detalhado por Flávia, o BD Rowa libera tempo para farmacêuticos e para atendentes, garantindo que eles estejam efetivamente à disposição do cliente e capazes de oferecer mais escuta e orientação.
O BD Rowa opera com software próprio integrado ao sistema (ERP) da farmácia, e reduz a duração do processo de retirada de medicamentos em mais de 20 vezes, evitando filas: de 10 minutos, em média, para meros 30 segundos.
“Com o Rowa, o balconista ou farmacêutico sequer vira de costas para o paciente, o que lhe dá tempo para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos sobre a receita enquanto o robô garante que os medicamentos estão à disposição”, completa Flávia.
Com capacidade para trabalhar 24 horas por dia, o BD Rowa é capaz de prover dados sobre os medicamentos mais solicitados na farmácia e gerar relatórios para reposição de produtos, diminuindo o risco de divergências em pedidos.
Este gerenciamento de estoque libera mais espaço para outros produtos e também oferece aos clientes uma experiência de compra superior – quantas vezes já aconteceu com você de esperar longos minutos para descobrir que nem todos os medicamentos de sua lista estão disponíveis?
Em hospitais, os ganhos operacionais são observados por causa do alto número de medicamentos listados nos inventários. Com o BD Rowa, em um clique é possível obter o relatório completo de todo o estoque, inclusive com prazo de validade.
Outras vantagens são a segurança e a rastreabilidade oferecidas, já que, no hospital, o robô registra o consumo do medicamento desde o primeiro uso, bem como lote, dosagem e possíveis reações, até a alta médica do paciente.
Um dos casos de sucesso do uso do BD Rowa, que não tem concorrentes diretos no Brasil, é o da Bemol Farma, em Manaus (AM). A loja viu sua receita quase triplicar nos seis primeiros meses após a implementação. Outros clientes atuais são a Drogaria Soares, em São Paulo (SP), e os hospitais Oswaldo Cruz, também em São Paulo, e São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro (RJ), além de um centro de distribuição no interior paulista.
“O feedback geral é de diminuição do tempo para busca dos medicamentos, melhor controle de prazo de validade e de colocação nas prateleiras e liberação dos funcionários para atender melhor a pacientes e clientes”, afirma Flávia.
A expectativa da BD é que, para os próximos três anos, o crescimento em território nacional seja exponencial, graças ao potencial do mercado brasileiro, o maior da América Latina, com quase 90 mil farmácias e cerca de 7 mil hospitais.
“Estamos só começando. Além do robô, queremos trazer ainda outras tecnologias pertencentes ao portfólio do Rowa (e que fazem interface com ele), como o self-checkout e o checkout outdoor”, garante Flávia.
Enquanto o self-checkout vem se popularizando recentemente em supermercados – com o cliente pagando as compras sozinho, sem participação de um funcionário no caixa – o checkout outdoor ainda é inédito.
O funcionamento é parecido com o de um caixa eletrônico e será útil para farmácias locais, que não oferecem atendimento 24 horas. O cliente realiza a compra pela internet e retira o medicamento com um código de barras em um ponto externo da loja a qualquer hora do dia – mais um trabalho para o Rowa.