• Mães e pais que trabalham estão esgotados. Mas é possível evitar o burnout? Future Health Talks debate o tema nesta quinta

    Jose Renato Junior | 17 maio 2022

    Registrada pela primeira vez na década de 1970, quando o psicólogo americano Herbert J. Freudenberger, após longas e exaustivas horas de trabalho, autodiagnosticou-se, a Síndrome de Burnout é, portanto, uma velha conhecida da medicina. 

    A novidade é que, em 2022, na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças, ou na CID-11, o burnout foi catalogado como um fenômeno ocupacional, e não como uma doença médica específica. Isso quer dizer: ele é provocado pelo trabalho.

    É isso que diferencia o transtorno psíquico de caráter depressivo de outros como estresse, ansiedade e síndrome do pânico, já que os sintomas são parecidos e costumam ser confundidos não só pelo paciente, mas, muitas vezes, pelo próprio médico. 

    De acordo com a definição atual do burnout, a síndrome ocorre quando as demandas do dia a dia no trabalho, os estressores (situações que provocam estresse) e nossas recompensas e propósitos estão desalinhados. 

    É sobre isso que o médico psiquiatra Pedro Shiozawa, cofundador da Jungle e sobre quem você pode ler mais nesta matéria de Future Health, conversa em nossa próxima edição do Future Health Talks, que acontece dia 19 de maio, às 17h, em nosso YouTube (inscreva-se para reservar seu lugar aqui!).

    Participam do debate o médico do trabalho Daniel Astun Cirino, da 3M do Brasil, e a especialista em treinamento de lideranças Kátia Stefani, cofundadora da Mariás Desenvolvimento com Propósito.

    UM PROBLEMA CRESCENTE NO MUNDO TODO

    Se você está ouvindo falar muito sobre burnout, não é apenas por causa da nossa classificação do transtorno. É também por causa do aumento de casos registrados no mundo todo.

    O esgotamento provocado pelo trabalho já era um problema aqui no país. 

    Uma pesquisa da Associação Internacional de Manejo do Estresse (ISMA) apontou que 72% dos brasileiros já sofriam com estresse no trabalho – entre eles, 32% estavam com burnout. 

    A pandemia de Covid-19, no entanto, piorou o cenário, trazendo não só uma forte sobrecarga psicológica, física e emocional, mas também levando o trabalho para casa de muitas pessoas sem qualquer planejamento anterior. 

    Participe de nossa roda de conversa sobre burnout!

    Um estudo da Associação Paulista de Medicina do Trabalho mostrou que a migração para o trabalho remoto foi feita de forma improvisada, sem levar em consideração adequadamente importantes aspectos físicos, cognitivos e até emocionais.

    O burnout atingiu particularmente profissionais de saúde (por motivos óbvios de excesso de trabalho) – e pais e mães que trabalham.

    Esta é a mais recente descoberta saída de um estudo divulgado no começo do mês por pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, mostrou que 66% dos pais que trabalham satisfazem os critérios de síndrome de burnout parental.

    Esse termo não clínico significa que esses pais e mães estão tão exaustos com a pressão de cuidar dos filhos e de dar conta das tarefas do trabalho e da casa que sentem que estão no limite de suas forças. 

    Quer entender o que exatamente é burnout? Quais são seus sintomas? Qual a responsabilidade das empresas? Como criar ambientes livres de burnout? 

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